O futuro da Educação Física e as oportunidades

A carência de professores irá constituir uma lacuna a curto-médio prazo. É necessário atrair e fomentar recursos humanos para posteriormente extrair os respectivos benefícios, em prol de uma prossecução de benévola leccionação.

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Educação física Anna Costa

De acordo com um estudo elaborado pela equipa de investigadores da NOVA SBE, solicitado pelo Ministério da Educação e apresentado em Novembro de 2021 relativamente à necessidade de professores para esta década, conclui-se que cerca de 40% dos 120 mil professores que estavam a leccionar em 2018/19 deverão reformar-se até ao ano lectivo 2030/31. Quer isto dizer que serão necessários cerca de 34.500 novos docentes neste período, para suprimir esta lacuna.

Não obstante, quando falamos num contexto específico da disciplina de Educação Física nos ensinos básico e secundário, a percentagem relativa prevista de professores que se irão aposentar ronda os 42% num período temporal intermédio subjacente a 2-3 anos, sendo que, olhando para o número de diplomados na área de formação de docentes, é possível constatar a insuficiência.

Segundo o estudo de diagnóstico de necessidades docentes de 2021 a 2030, diplomaram-se 1567 no último ano e as necessidades de recrutamento futuras apontam para 3425 por ano, em média. Estas necessidades não são, no entanto, constantes ao longo do tempo e tendem a intensificar-se à medida que os anos suplantam.

Desta forma, torna-se imperativo consertar estratégias e produzir um conjunto de medidas cujo objectivo passe por fomentar e alimentar a formação de mais professores, com vista a combater a inflexão instalada, e assim satisfazer o ritmo de formação necessário, capaz de responder às necessidades futuras do sistema.

A Educação Física constitui uma disciplina extremamente preponderante na dinâmica quotidiana dos alunos, contribuindo activamente no processo de desenvolvimento global dos mesmos e integrando todas as dimensões do ser humano: intelectual, física, mental, social e cultural.

Como tal, um processo de estágio pedagógico de Educação Física nos ensinos básico e secundário constitui um factor de enorme assimilação de processos e novos conhecimentos, assim como de novas aprendizagens, por parte dos professores estagiários. No entanto, torna-se essencial reconhecer o trabalho que estes realizam, durante o processo. Fomentá-los para que no futuro sigam essa mesma carreira à qual estão a dedicar parte da sua formação. Para que segurem a oportunidade quando ela surgir.

Todavia, cabe aos órgãos do poder central implementar essas novas estratégias, como o exemplo concreto do que o Governo pretende executar estritamente relacionado com a questão dos estágios remunerados. Tal constitui uma enorme alavanca no sistema, uma vez que os professores estagiários na sua totalidade assumem e realizam um trabalho árduo, exigente e intenso ao longo do seu ano de estágio pedagógico, fazendo todo sentido essa valorização, e de certa forma, contribuir para um incentivo neste início de carreira de docência. Paralelamente, há um número incomensurável de estudantes que realizam estágio pedagógico a quilómetros de distância das suas áreas de residência, sendo que esta mesma remuneração irá, de igual forma, contribuir para um auxílio e consideração, para com os docentes estagiários.

O caminho a percorrer constitui-se longo, mas a vontade de remar é ainda maior, numa simbiose de opiniões e fundamentos, tendo em conta, permanentemente, o desenvolvimento do ensino e da educação, a nível nacional.

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