João Polido: dissecar, retrabalhar e expandir a tradição musical portuguesa

O compositor e artista de 28 anos tem desenvolvido uma pesquisa em torno de questões ligadas à memória cultural, ao arquivo e às intersecções entre as histórias da música e da política. Esses cruzamentos tomam forma no concerto que apresenta, esta sexta-feira, nas Noites de Verão, em Lisboa, e na instalação sonora na Bienal de Arte Contemporânea de Berlim.

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João Polido num ensaio com o Grupo de Música Contemporânea de Lisboa Filipa Pinto Machado (Xipipa)

Em 2018, João Polido lançava Água ao Moinho, um disco/mixtape que, de forma tão intrigante quanto surpreendente, construía um puzzle feito de trechos, lastros e escamas da música de intervenção portuguesa, de Luís Cília a José Mário Branco, de Fausto a José Afonso, passando por evocações do documentário Cenas da Luta de Classes em Portugal (1977), de Robert Kramer. Um exercício de rememoração futurista, de focagem e desfocagem, de desossar para voltar para montar - mas não da maneira original - através de um sampling elegante e libertário, com traquejo da música electrónica torneada pelo hip-hop e alma devedora à música contemporânea experimental. Contos velhos, rumos novos.

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