Depois de Lisboa, uma carrinha vai andar pelo Porto a testar drogas

Serviço de drug checking, já existente em Lisboa, chega ao Porto esta terça-feira. Vai andar por bairros e pela zona histórica da cidade e quer promover um consumo “mais informado”.

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Nastya Dulhiier/Unsplash

Esta terça-feira, 12 de Julho, uma carrinha vai andar pelo Porto a fazer controlo de drogas. Já presente em Lisboa, o serviço de drug checking móvel chega agora ao Porto e vai passar pelos bairros Pinheiro Torres (das 10h30 às 12h); Cerco e Aleixo (das 12h30 às 13h30 e das 15h às 16h, respectivamente) e pela zona histórica (das 17h às 18h).

Desenvolvido no âmbito do projecto Ride, do programa Bairros Saudáveis, e financiado pelo Plano de Recuperação e Resiliência, a iniciativa levada a cabo pela Rede Nacional de Redução de Riscos – R3, em parceria com a Kosmicare, propõe-se a levar a carrinha onde é feito o controlo das drogas a diversos locais onde vivem “pessoas em situação de maior vulnerabilidade”, explica Daniel Martins, da Kosmicare.

Apesar de ser pensado e direccionado para os residentes destes locais, qualquer pessoa pode levar a sua amostra para ser testada. O serviço de drug checking “acopla a análise química de substâncias psicoactivas com um aconselhamento individualizado, promovendo um consumo mais informado e reduzindo os seus potenciais riscos, contribuindo para a saúde e bem-estar geral das pessoas que consomem drogas”.

Em Lisboa, o serviço está disponível às segundas-feiras, das 17 às 19 horas, no Casal do Pinto e noutras datas esporádicas que vão sendo anunciadas no Instagram da Kosmicare. Do controlo feito durante Março e Abril em diversos bairros lisboetas, nasceu um relatório, já disponível para consulta, que mostra como nas 68 amostras analisadas, a maioria continha a substância expectada com outras substâncias presentes. Por exemplo, das 24 amostras de cocaína analisadas, só em duas foi detectada apenas a presença de cocaína. “As restantes amostras apresentavam a substância expectável juntamente com adulterantes”, lê-se no relatório.

A acção quer “advogar pela implementação de serviços integrados de drug checking na cidade, onde este tipo de resposta ainda não está disponível”. Além da testagem de qualidade, a rede R3 e a Kosmicare vão promover “acções de sensibilização para a importância de serviços de análise de substâncias na prevenção de overdoses e outras emergências relacionadas com o consumo de substâncias provenientes do mercado ilegal”.

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