A liberdade das mulheres, outra vez

As direitas liberal e conservadora querem o pacote inteiro: o fim dos direitos sociais e o fim dos direitos sexuais e reprodutivos. Ou seja, voltar ao passado.

Não há conquistas irreversíveis. No campo das liberdades e dos direitos humanos e sociais, a batalha é de todos os dias. A decisão do Supremo Tribunal dos EUA que abre caminho à revogação do direito da mulher à interrupção voluntária da gravidez (IVG) só o veio confirmar. O perigo é que, como aconteceu já com a eleição de Trump em 2016, ela levante uma vaga revanchista do universo reacionário que desde há décadas tem puxado o debate político para um campo mal designado como “cultural”, a que a Igreja Católica foi pioneira em (de forma manipulatória) chamar “ideologia de género” para se referir às duas últimas gerações de direitos humanos que, ao fim de décadas de batalhas, se conseguiram ir implantando na lei: os direitos sexuais e reprodutivos, a dignidade das mulheres, a emancipação das identidades minoritárias de género.

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