Simpatizante de Bolsonaro mata a tiro partidário de Lula em Foz do Iguaçu

Crime ocorreu durante uma festa de aniversário. O autor dos disparos, um guarda prisional, ficou também ferido na troca de tiros com a vítima.

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A presidente do PT, Gleisi Hoffmann, no velório de Marcelo de Arruda Reuters/STRINGER

Uma câmara de segurança registou o momento em que um guarda prisional bolsonarista invadiu uma festa de aniversário e atirou contra o guarda civil e militante petista Marcelo de Arruda, que comemorava os seus 50 anos numa festa temática a favor do PT.

O crime aconteceu na noite de sábado, em Foz do Iguaçu, no estado do Paraná. Arruda, que também estava armado, reagiu e feriu Jorge José da Rocha Guaranho. O petista não resistiu aos ferimentos e morreu.

Segundo o boletim de ocorrência da polícia, a confusão começou quando Guaranho passou diante do local onde decorria a festa e gritou “aqui é Bolsonaro”. Houve uma discussão, e o guarda prisional disse que regressaria.

De acordo com testemunhas, Marcelo de Arruda então foi ao seu carro e pegou na sua arma. Depois, Guaranho regressou e houve troca de tiros.​

Os “Parabéns” tinham sido cantados, e a maioria dos convidados já havia ido embora quando o bolsonarista passou diante do salão de festas. Como Marcelo tinha muitos conhecidos de direita, os amigos chegaram a pensar que a gritaria era apenas uma brincadeira de algum colega do aniversariante.

“Um de nós até foi à cozinha e disse: Marcelo, vai lá receber que chegou mais um amigo seu bolsonarista”, contou o amigo e empresário de turismo André Alliana, de 49 anos.

Só perceberam que não era piada quando o homem fez inversão de marcha na rua sem saída e, com uma mulher e um bebé no banco de trás, repetiu as ameaças.

“Ele tirou a arma para fora do carro e disse: ‘Olha aqui para vocês, vocês merecem morrer, seus desgraçados”, disse André, ao recordar a ameaça.

Cerca de 20 minutos depois, o guarda prisional voltou com a arma em punho.

“Toda a gente procurou um lugar para se refugiar. O Marcelo sacou da arma e disse ‘pára, polícia’, mas ele [Guaranho] começou a atirar. Errou uns dois tiros e acertou um na perna. Depois, aproximou-se e deu um tiro no Marcelo, que se virou e descarregou nele, a um metro e meio de distância”, detalhou André.

Arruda não resistiu aos ferimentos e morreu. Ele foi candidato a vice-prefeito em Foz do Iguaçu nas eleições de 2020. Estava no PT há mais de dez anos, tendo concorrido a vereador e a vice-prefeito pelo partido nas últimas eleições municipais.

Guaranho, inicialmente dado como morto pela polícia, continua internado.

O crime ocorre numa altura em que os episódios de violência e tensão começam a acumular-se na pré-campanha eleitoral no Brasil.

Exclusivo PÚBLICO/Folha de S. Paulo

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