Nove aldeias evacuadas e cerca de 2500 hectares ardidos desde quinta-feira

A informação foi partilhada pelo comandante nacional de Emergência e Protecção Civil. A partir da meia-noite, e até sexta-feira, 15 de Julho, Portugal vai estar em situação de contingência por causa do risco de incêndios florestais

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Mais de 300 operacionais combatem incêndio na Guarda LUSA/MIGUEL PEREIRA DA SILVA

Os incêndios que lavram em Portugal continental desde quinta-feira obrigaram a evacuar pelo menos nove aldeias e já terão consumido cerca de 2500 hectares, informou o comandante nacional de Emergência e Protecção Civil, André Fernandes, ao final da tarde de domingo.

Num balanço feito às 19h na sede da Autoridade Nacional de Emergência e Protecção Civil, André Fernandes disse que no incêndio de Ourém, distrito de Santarém, que deflagrou na quinta-feira e afecta os municípios de Ourém, Ferreira do Zêzere e Alvaiázere, foram evacuadas as aldeias da Charneca, Abades, Casal do Rei, Lumiar e Ameixieira.

Já no fogo de Pombal, distrito de Leiria, que começou na sexta-feira em Vale da Pia, e afecta os municípios de Pombal, Ansião e Alvaiázere, houve evacuações em Martim Vaqueiro, Ramalheira, Gramatinha e Mato.

A maioria dos incêndios deste domingo concentrou-se nos distritos do Porto (34 incêndios activos), Lisboa (13) e Braga (8).

Evacuações preventivas

No sábado, o responsável explicou que as evacuações eram preventivas: os habitantes são retirados, por precaução, e regressam depois às suas casas. Questionado pelos jornalistas, André Fernandes adiantou que a área ardida estimada desde quinta-feira, quando começou esta fase de incêndios, e até agora é de “sensivelmente 2500 hectares”.

“É uma área ardida que está a ser trabalhada e, de facto, o importante agora é conseguir estabilizar os incêndios, conseguir repor a normalidade e a segurança global nestas áreas afectadas e depois far-se-á um levantamento da área ardida e será comunicado”.

O responsável disse ainda que, até às 18h30 deste domingo, registaram-se 107 incêndios, menos do que os 125 até à mesma hora de sábado, mas mais do que os 92 de sexta-feira. “Vemos aqui algum decréscimo e é expectável que hoje consigamos ter menor número de ignições comparativamente com o dia de ontem [sábado]”, afirmou.

15 feridos desde sexta-feira

O responsável acrescentou que durante o dia foi registado um ferido grave – um bombeiro que sofreu uma queda no incêndio de Ansião e fez uma fractura exposta num pulso. Além desse ferido, as autoridades contabilizam, desde sexta-feira, 15 feridos ligeiros e 35 assistidos entre os operacionais, enquanto outros 17 civis foram igualmente assistidos.

Na sua mensagem, o comandante nacional reiterou o apelo à prevenção, insistindo que “todos os cuidados devem ser reforçados” para se prevenir incêndios.

André Fernandes manifestou ainda “apreço por todos os profissionais das diferentes forças que estão envolvidas” no combate às chamas, lembrando que as condições meteorológicas são adversas “não só para o combate, mas para a condição do próprio combatente” e sublinhando que as autoridades têm feito “um esforço grande” no apoio logístico e sanitário aos combatentes.

As condições do fogo de facto são extremas, a sua progressão é rapidíssima, a intensidade também”, disse, apelando à população para se resguardar e afastar das áreas afectadas por incêndios.

No sábado, o ministro da Administração Interna anunciou que o Governo decidiu declarar a situação de contingência entre segunda e sexta-feira, permitindo que a Protecção Civil mobilize “todos os meios de que o país dispõe” para combater os incêndios num período em que se prevêem temperaturas superiores a 45° em alguns pontos do país.

Até à meia-noite deste domingo, o território de Portugal continental está em situação de alerta, decretada na sexta-feira, o nível mais baixo de resposta a situações de catástrofes prevista na Lei de Base da Protecção Civil.

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