Há um jardim crioulo em Lisboa

Corpos negros em palco não é novidade. A novidade é, num lugar com grande peso simbólico como a Fundação Gulbenkian, olhar-se à volta e haver tantos ou mais corpos negros do que brancos entre a assistência, desfrutando do espaço e comungando de um espírito e espontaneidade como nunca ali se vira.

Não está fácil. Localmente, a gritaria é geral. É o dinheiro que mingua na hora de pagar na caixa do supermercado. É a habitação a preços impossíveis. É a onda de calor sufocante que já não é vivido com inocência. É a confusão no aeroporto para quem quer ir e vir. Mas para quem deseja circular no interior da cidade também não está melhor, com excesso de procura para a oferta existente e ainda assim a insistência em todos os discursos é no intensificar e não no refrear. E globalmente não está melhor, com guerra, degradação ambiental e desigualdades gritantes. Há um aroma a conflito logo pela manhã, misturado com a excitação pós-pandemia em tentar viver sofregamente o que não foi possível lá atrás.

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