Out.Fest 2022: uma lenda oculta japonesa, electrónica tailandesa, rap do Uganda e novos encontros nacionais

Phew, Nicole Mitchell, Ecko Bazz feat. STILL, Pisitakun, Prison Religion e Poly Vuduvum (Diana Policarpo e Marta Ângela) estão entre as primeiras confirmações para a 18ª edição do festival, que acontece entre 5 e 8 de Outubro no Barreiro.

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Duo americano Prison Religion DR

Depois de em 2021 se ter repartido em dois capítulos, em Junho e Outubro, o Out.Fest – Festival de Música Exploratória do Barreiro regressa ao seu formato tradicional, em vários espaços no centro da cidade e com perto de 30 concertos que servem, como é habitual, de farol para algumas das movimentações mais entusiasmantes e intrigantes da música de hoje, do jazz à electrónica, do rap ao rock, passando por várias declinações da música improvisada e experimental.

Produzido pela OUT.RA – Associação Cultural e co-programado pela Filho Único, o Out.Fest anunciou esta quinta-feira a primeira leva de nomes para o a 18.ª edição. Entre 5 e 8 de Outubro, passarão pelo Barreiro Phew, nome de culto da música japonesa com mais de quatro décadas de trabalho, pioneira na exploração intersticial da voz e do canto através da new wave, do pós-punk, da electrónica e de outras tessituras musicais e tecnológicas, e a flautista e compositora de jazz americana Nicole Mitchell, figura por vezes esquecida mas sempre incontornável no que diz respeito às visões afrofuturistas e emancipatórias trilhadas na música, fortemente iluminadas pela ficção especulativa e politizada da escritora Octavia E. Butler, entre outros nomes da negritude (no final deste mês, dará um concerto na Gulbenkian com Moor Mother, uma das suas discípulas).

Noutras geografias sonoras, atenções redobradas para o rap fantasmático e brutalista do duo americano Prison Religion, o indie-pop narcótico e melífluo dos britânicos Bar Italia, a electrónica mutante traçada a gabber de Pisitakun, com vestígios da música tradicional tailandesa e em constante sobressalto perante a opressão do regime em vigor no seu país, e o rap-dancehall do ugandês Ecko Bazz, que no Barreiro se apresenta com STILL, nome de guerra do DJ/produtor italiano Simone Trabucchi (parte do duo Invernomuto e repetente do festival), numa joint-venture espoletada pelo colectivo-editora-festival Nyege Nyege, com base em Kampala.

No que toca a novos e prolíferos encontros, nesta 18.ª edição destacam-se três colaborações nacionais. Má Estrela, a mais recente formação do saxofonista Pedro Alves Sousa, nome central do jazz contemporâneo português, que aqui se aventura nos territórios híbridos do dub na companhia de músicos do lado de fora do jazz. Já Poly Vuduvum reúne as artistas visuais e músicas Diana Policarpo e Marta Ângela, de Von Calhau!, em dimensões exploratórias em torno do canto, dos jogos de palavras, do improviso, da electrónica e de percussões metálicas. Composto pela violinista e violetista Maria da Rocha e pelo fotógrafo e o músico Pedro Roque, o duo Cavernancia & Maria da Rocha estreia-se no Barreiro, num concerto que passará pelo disco Nolastingname, lançado no ano passado pela Holuzam.

O Out.Fest contará ainda com o rock insurgente e neurótico dos Sereias, que lançaram recentemente o segundo disco, as canções texturais da brasileira radicada no Porto Dibuk, as experimentações electrónicas de Luís Fernandes e o ambient caleidoscópico de usof, co-fundador do colectivo e editora Rotten \ Fresh.

Os passes globais já podem ser adquiridos, ao preço de 30€, via BOL e nos locais habituais.

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