A festa de Augusto da Costa nunca foi bonita

Era o capitão da selecção brasileira derrotada em 1950, foi polícia, chegou a treinar o Belenenses e, durante a ditadura, foi censor de filmes, músicas e livros.

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Augusto da Costa é o terceiro da fila de cima a contar da esquerda, com bigode e sem cabelo DR

A festa era para ter sido bonita, pá, e todos os brasileiros iriam ficar contentes. Mas não foi, e não ficaram. A 16 de Julho de 1950, parecia destinado que Augusto da Costa, capitão da selecção brasileira, iria meter as mãos na Taça Jules Rimet entregue pelo próprio. Duzentas mil pessoas estavam no Maracanã, mais um país inteiro a ouvir pelo rádio, quando Alcides Ghiggia se aproximou da área brasileira aos 79’ e, perante o guarda-redes Barbosa, simulou e meteu a bola junto ao poste do lado de dentro da baliza. Conta a lenda do Mundial que, nesta altura, Rimet já ia a caminho do relvado para entregar a taça a Augusto, mas quando lá chegou o destinatário era outro. Obdulio Varela, capitão do Uruguai, recebeu a taça das mãos de Rimet e celebrou o título de campeão mundial, enquanto o Brasil vivia os primeiros momentos de um dos maiores traumas futebolísticos da sua história.

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