Erros, ortografias e o enigma do ovo e da galinha

Quem exclama “erros sempre houve”, ignora propositadamente o papel das ditas “novas regras” na sua multiplicação.

Não tencionava voltar esta semana ao tema, mas os comentários suscitados pela minha crónica anterior a isso obrigam. Como de costume, houve quem aplaudisse e quem contestasse, o que é saudável; e houve até quem se pusesse a discutir a correcção do “por que” do título (“A eterna questão ortográfica: por que não desistimos”, que obviamente era para ser lido como “A eterna questão ortográfica: razões pelas quais não desistimos”). Isto equivale a, frente a um quadro, discutirmos a moldura. O que está em causa? O acordo ortográfico e os erros. Nos comentários, houve quem os atribuísse a “uma imediatização alucinada de informação”, num “ambiente de proliferação de erros, convenientemente justificados pelo AO90, que tem as costas demasiado largas”; quem escrevesse isto: “Ilustrares a tua argumentação com exemplos que são erros antes e depois do AO e depois deste, em Portugal, Brasil e resto do universo, é – da tua parte – desonesto”; e quem se interrogasse: “Vamos começar a criticar um acordo porque em textos não identificados há pessoas que dão erros?”

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