Já jorra a Quatrotorres, cerveja artesanal “orgulhosamente feirense”

A fábrica é em Santa Maria da Feira e a sala de provas também. No nome e no rótulo estão as torres do Castelo da Feira e até os lúpulos são colhidos nas margens do rio Cáster.

Foto
José Rocha e Jorge Assunção, os fundadores da Quatrotorres DR

Três amigos entram numa garagem para beber uns copos e, palavra puxa palavra, garrafa puxa garrafa, a cerveja acaba. O que fazer? Cerveja artesanal.

Começou mais ou menos assim, num animado dia de 2016, numa “brincadeira de garagem” a história da Quatrotorres, a primeira cerveja artesanal de Santa Maria da Feira. “Acabou a cerveja e resolvemos vamos fazer a nossa própria cerveja”, sorri Jorge Assunção, um dos amigos que hoje, para além do emprego “a sério”, acumula as funções de mestre cervejeiro. “A cerveja começou a fermentar, a ideia também” e lá começaram a aparecer as “experiências em baldes” numa pequena adega que mais tarde levariam a um produto depurado e burilado hoje engarrafado e servido em quatro torneiras na sala de provas contígua ao espaço de produção.

Lúpulo Quatrotorres
Malte Quatrotorres
Fotogaleria
Lúpulo Quatrotorres

Lançaram-se Jorge e José Rocha, juntou-se recentemente Pedro Santiago. Todos têm 29 anos. E cada um tem uma profissão que não a de cervejeiro. Jorge é gestor de projectos web, José é comercial de madeiras e Pedro consultor financeiro. Têm todos 29 anos e quando esta aventura começou nenhum deles sabia nada de cerveja. Correcção: “Sabíamos, sabíamos beber”. “Há algum tempo” que, entre doses industriais, provavam cerveja artesanal (a) “quando não havia Super Bock ou Sagres"; b) “quando queríamos apanhar uma bebedeira diferente") e quanto mais testavam mais a ideia ficava gravada. “'Isto bebe-se, mas ainda não é o que queremos'”, recorda Jorge Assunção. “Quisemos sempre mais. Pensávamos ‘não sendo uma brincadeira barata, se calhar até tem futuro’. E continuámos a investir na vida cervejeira”.

Foto
Belgian Blonde Ale Quatrotorres

Em 2019 decidiram procurar um espaço para se dedicarem “a sério”. E no ano seguinte, a história que fica para a história: vem a pandemia e atrasa os planos todos. Abriram “finalmente” este ano “após algumas lutas” travadas. Fábrica e sala de provas, aberta três meios dias por semana (sexta, sábado e domingo). “Nos outros dias da semana temos os nossos empregos”.

A cerveja Quatrotorres — homenagem no rótulo ao castelo de Santa Maria da Feira — começou pelas “receitas básicas” e agora apresenta três fórmulas fixas (Belgian Blonde Ale, American Pale Ale e Hazy DIPA) e duas sazonais (uma Weissbier na Primavera e Verão e uma Imperial Stout no Outono e Inverno). Das torneiras da sala de provas, na Praça Professor Leão número 13 (da lista fazem parte tremoços, 0,80 euros, e chouriço vegan na brasa, 4,50 euros, entre outros petiscos), correm por isso quatro cervejas ("quatro cervejas, quatro torres do castelo") e outras quatro bicas com cervejas artesanais portuguesas convidadas. E se o lema da marca é “orgulhosamente feirense”, todas as suas receitas se abastecem de Lúpulo Feirense, produto local e um dos organizadores do festival de cerveja artesanal de Santa Maria da Feira.

Foto
A cerveja Quatrotorres usa lúpulo local Lúpulo Feirense

Neste momento, o trio Quatrotorres está a produzir cem litros de cada vez — com uma limitação anual de 2500 litros — e já criou uma edição limitada (a 200 garrafas) comemorativa das fogaceiras, uma Porter com lúpulos colhidos nas margens do rio Cáster.

Sugerir correcção
Comentar