Serviço Nacional de Saúde. As experiências e os sonhos de duas gerações de médicos

António Sarmento e Carolina Guimarães fazem parte da equipa médica do SNS no Hospital de São João, no Porto. 42 de profissão separam a vida destes dois profissionais que dizem trabalhar num sector “em esforço”. “O que cansa não é ver doentes, é a falta de condições”, diz a jovem médica.

i-video

António Sarmento, médico e director do serviço de infecciologia do Hospital de São João, no Porto, palmilha os corredores do 2.º andar como se estivesse em casa. Na verdade, o hospital é a segunda casa deste médico de 66 anos que completou 44 de carreira. A rotina é sempre a mesma: começa a trabalhar às 8h com paragem obrigatória pela sala de ambulatório, onde estão os enfermeiros e pela biblioteca, local onde, normalmente, reúne com o médico que esteve de serviço durante a noite. Pelos longos corredores, conversa com enfermeiros, auxiliares, doentes e familiares de doentes.

É no serviço de urgência do São João, dois pisos abaixo da unidade dirigida por António Sarmento, que Carolina Guimarães, internista de 28 anos diagnostica vários pacientes durante o dia. Trabalha 40 horas por semana, das 8h às 20h ou das 20h às 8h, mas se tiver pessoas para atender não espera pelo dia seguinte. “É por isso que eu digo há hora de entrar, mas não há hora de sair. Isto significa que, na verdade, nós temos 40 horas, mas depois temos muitas outras foras disto por amor à camisola e o horário vai facilmente para as 50 ou 60 horas”, explica ao PÚBLICO enquanto circula pelos corredores da urgência.