MUBi organiza ciclo de conversas sobre desafios para a mobilidade na cidade de Lisboa

“Este ciclo de conversas vem-nos lembrar do real impacto que a sociedade civil pode e deve ter na definição das políticas públicas de uma cidade”, afirma Inês Pascoal, presidente da MUBi.

Foto
Primeiro ciclo de conversas irá decorrer na próxima quarta-feira Rui Gaudencio

A associação pela Mobilidade Urbana em Bicicleta (MUBi) irá organizar um ciclo de conversas sobre os desafios presentes e futuros relativos à mobilidade na cidade de Lisboa. “Por uma cidade viva e acessível” é o mote para um conjunto de conversas dividido em quatro sessões distintas. As sessões irão decorrer nos meses de Junho e Julho e contam com a participação de 12 associações pertencentes à área da mobilidade, acessibilidade e ambiente.

Este ciclo de conversas surge no seguimento da publicação do documento “Lisboa: Por uma cidade viva e acessível”, no passado mês de Maio, e que contou com o apoio de 11 associações. No documento, a MUBi pedia o planeamento do futuro da cidade para proteger o dia-a-dia dos cidadãos, bem como medidas que tornassem a mobilidade na cidade mais sustentável. Traço comum dessas medidas prendiam-se com a redução do automóvel e a crescente aposta nos meios alternativos, desde as bicicletas aos transportes públicos.

Uma ideia que foi recentemente reforçada aquando a celebração do Dia Mundial da Bicicleta, na passada sexta-feira, onde a MUBi destacou que os “investimentos em transportes públicos devem ser articulados e complementados com investimentos nos modos activos, criando redes de percursos seguros e confortáveis a pé e em bicicleta em redor das estações e interfaces de transportes públicos, como sucede em outros países da Europa”. Um novo apelo à priorização da bicicleta e de transportes públicos como alternativa à utilização de veículos automóveis.

Agora, através do ciclo de conversas, a MUBi, juntamente com as associações envolvidas, procura “abrir o debate público” sobre questões que remetem para a mobilidade em Lisboa, permitindo “a participação de todas as pessoas que gostariam de ter uma cidade viva, mais humana, acessível e com um impacto neutro no clima até 2030”, afirma a MUBi em comunicado. As quatro sessões irão decorrer na livraria Ler Devagar, na Lx Factory, em Alcântara e estão subdivididas em quatro “eixos fundamentais do documento [Lisboa: Por uma cidade viva e acessível]": Planear o futuro, Proteger o dia-a-dia, Desenhar para todos e Activar a mobilidade.

Inês Pascoal, presidente da MUBi, citada no comunicado, afirma que “Lisboa tem vivido numa carência de uma política forte, estruturada e congruente, que dê resposta aos problemas de mobilidade e acessibilidade. Surgem cada vez mais iniciativas de cidadãos, como manifestações ou cartas abertas, mas que dificilmente permitirão por si só alcançar justiça social e ambiental, pois é difícil mudar a cidade, sem mudar previamente as estruturas e processos de governança. Precisamos de encontrar uma organização social, política e urbana alternativa - que fomente processos de participação pública eficientes, estruturados e transparentes. Este ciclo de conversas vem-nos lembrar do real impacto que a sociedade civil pode e deve ter na definição das políticas públicas de uma cidade”.

O primeiro ciclo de conversas irá decorrer na próxima quarta-feira, entre as 19h00 e as 20h30, sendo que ainda no mês de Junho irá acontecer, no dia 23, a segunda de quatro conversas. Já no mês de Julho nos dias 11 e 21 terá espaço as duas últimas conversas sob o mote “Por uma cidade viva e acessível”.

Texto editado por Ana Fernandes

Sugerir correcção
Comentar