Albufeira e Aljezur são os concelhos campeões de praias sem poluição

Os concelhos algarvios de Albufeira e Aljezur detêm o maior número de praias “Zero Poluição” em Portugal: dez de um total de 58 areais distinguidos este ano pela associação ambientalista Zero.

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A praia da Arrifana, em Aljezur, entrou este ano na lista de praias sem poluição da associação Zero Rui Gaudêncio

Os concelhos algarvios de Albufeira e Aljezur detêm o maior número de praias “Zero Poluição” em Portugal, de um total de 58 areais distinguidos este ano pela associação ambientalista Zero.

Os dois concelhos algarvios concentram um total de dez praias, cinco cada um, seguindo-se Tavira (distrito de Faro), com quatro, e Alcobaça (distrito de Leiria), Faro, Porto Santo (Madeira), Sesimbra (distrito de Setúbal), Vila do Bispo (Faro) e Vila do Porto (Santa Maria, Açores), com três cada.

A associação Zero distinguiu em 2022 um total de 58 praias “Zero Poluição” em 29 concelhos de Portugal, mais cinco do que em relação a 2021, representando 9% do total das 643 zonas balneares que vão funcionar esta época.

“Pela positiva merece destaque a entrada de cinco praias de Albufeira, que não tinham nenhuma no ano passado, e a passagem de uma para cinco praias de Aljezur”, destaca a associação, que divulgou a lista das praias distinguidas esta terça-feira, na véspera da abertura de mais 211 zonas balneares em Portugal.

Sabia que...

...uma praia “Zero Poluição” é, para a associação ambientalista Zero, aquela onde não foi detectada qualquer contaminação microbiológica nas análises efectuadas às águas ao longo das três últimas épocas balneares?

De acordo com a associação, uma praia “Zero Poluição” é aquela onde que não foi detectada qualquer contaminação microbiológica nas análises efectuadas às águas balneares ao longo das três últimas épocas balneares. Todas as praias distinguidas em 2021 como praias “Zero Poluição” estão classificadas, ao abrigo da legislação, como praias com qualidade da água “excelente”. Porém, ressalva a associação, “na maioria das vezes, à custa de uma única análise onde foi detectada a presença de microrganismos, mesmo que muito longe do valor limite, deixaram de poder ser consideradas praias “Zero Poluição"”.

A associação ambientalista adianta, ainda, que saíram da lista do ano passado 12 praias e entraram 17 novas. Os concelhos da Lourinhã e de Vila Nova de Gaia, que tinham duas praias “Zero Poluição” no ano passado, deixaram de estar representados.

“É extremamente difícil conseguir um registo incólume ao longo de três anos nas zonas balneares interiores, muito mais susceptíveis à poluição microbiológica. À semelhança do que aconteceu nos anos de 2016 (quando a Zero iniciou esta avaliação) e 2019, há uma zona balnear interior com a classificação de ‘Zero Poluição’, a albufeira de Alfaiates, no concelho do Sabugal. As restantes praias são consideradas ‘costeiras’, excepto uma praia em zona estuarina classificada como de ‘transição”, refere a Zero.

Segundo a associação, este facto é um indicador do muito que ainda há a fazer para garantir uma boa qualidade da água dos rios e ribeiras em Portugal, o que requer esforços adicionais ao nível do saneamento urbano e das empresas.

Com base nos dados da Agência Portuguesa do Ambiente (APA), a associação “identificou as praias que, ao longo das três últimas épocas balneares (2019, 2020 e 2021), não só tiveram sempre classificação “excelente”, como apresentaram valores zero ou inferiores ao limite de detecção em todas as análises efectuadas aos dois parâmetros microbiológicos controlados e previstos na legislação (Escherichia coli e enterococos intestinais). “Isto é, em todas as análises efectuadas não houve sequer a detecção de qualquer unidade formadora de colónias”, lê-se na nota da Zero.

A associação explica que são considerados três anos “por corresponder ao período mínimo habitualmente requerido pela Directiva 2006/7/CE do Parlamento Europeu e do Conselho de 15 de Fevereiro de 2006, relativa à gestão da qualidade das águas balneares, para se proceder à classificação da qualidade da zona balnear”.

A monitorização das águas balneares é uma competência da APA, no Continente, da Direcção Regional dos Assuntos do Mar, nos Açores, e da Direcção Regional do Ordenamento do Território e Ambiente, na Madeira.

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