José Carlos Barros: “É a linguagem que faz com que as histórias possam valer a pena”

As Pessoas Invisíveis, de José Carlos Barros, percorre cinco décadas da vida portuguesa no século XX para se centrar num dos episódios mais trágicos, e menos conhecidos, da nossa História colonial. Foi o romance vencedor do Prémio LeYa 2021.

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dro daniel rocha - 22 abril 2022 - PORTUGAL, Lisboa - Entrevista a Jose Carlos Barros, arquitecto paisagista, escritor, vencedor do premio Leya 2021 com o romance As Pessoas Invisiveis daniel rocha/PUBLICO

As Pessoas Invisíveis é o terceiro romance de José Carlos Barros (n. 1963) - os outros: O Prazer e o Tédio (2009) e Um Amigo para o Inverno, finalista do Prémio LeYa 2012. Mas o começo da sua produção literária é bastante anterior, tendo começado a publicar poemas nos anos 1980 no suplemento “Jovem” do Diário de Notícias; depois seguiram-se vários livros de poesia, dos quais refiro três de entre os últimos publicados: O Uso dos Venenos (2014), Estação (2020) e Penélope Escreve a Ulisses (2021). O mundo rural, com as suas tradições e paisagens humanas, é uma espécie de assinatura na sua obra literária - não é um “rural” romantizado, bacoco, para produzir efeito literário, mas antes um mundo granítico, onde a vida é dura e o cheiro do frago dos currais se sobrepõe ao das flores no monte. E assim o faz também em As Pessoas Invisíveis - livro que lhe valeu o Prémio LeYa 2021 - por exemplo, ao descrever uns dias na vida de uma das personagens: “A dormir uma semana seguida nos montes durante as tempestades. A subir às cumeadas e a descer aos vales nos dias de Verão. A entender-se com os lobos. A atravessar os rios e os rigueiros e a seguir por entre os matos densos das encostas.”

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