Israel prende um dos palestinianos que carregou o caixão da jornalista da Al Jazeera

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A morte de Shireen Abu Akleh provocou indignação RANEEN SAWAFTA/Reuters

A polícia israelita prendeu esta quarta-feira um dos palestinianos que carregou o caixão da jornalista da Al Jazeera Shireen Abu Akleh, no funeral de sexta-feira, depois de a repórter ter sido morta por um tiro numa operação militar de Israel em Jenin.

O anúncio foi feito pelo advogado do detido, e a polícia confirmou a detenção de Amro Abu Khdair. O funeral de Shireen Abu Akleh, que a Al Jazeera, o Qatar, e a Autoridade Palestiniana dizem ter sido morta por um soldado israelita (Israel diz que está a investigar) foi marcado por uma carga policial sobre os homens que levavam o caixão, e que só por pouco o impediram de cair no chão, numa cena que juntou ainda mais indignação à causada pela morte da repórter veterana de questões palestinianas da estação de televisão pan-árabe.

O advogado Khaldoon Nijm disse que o seu cliente foi detido na segunda-feira, mas que o motivo da detenção não lhe foi revelado. Abu Khdair disse-lhe mais tarde ter sido questionado sobre o funeral. A polícia afirmou que a detenção não tinha nada a ver com o funeral e que qualquer ligação seria uma “conspiração barata”.

Um segundo homem entre os que carregaram o caixão disse à Reuters que foi questionado pela polícia, mas não detido.

O ministro da Segurança Interna de Israel, Omer Barlev, disse no sábado que tinha nomeada uma comissão para “levar a cabo uma investigação completa do que aconteceu durante o funeral para poder tirar lições desse acontecimento”.

Israel está ainda a levar a cabo uma investigação sobre a morte da jornalista, dizendo que é possível ter sido uma bala israelita ou palestiniana que a matou. Os palestinianos estão também a levar a cabo uma investigação, incluindo à bala (que não tem marca de um dos lados), dizendo que o tiro veio do lado israelita, já que não havia combatentes palestinianos no local. O mesmo disseram os outros jornalistas que estavam com Shireen Abu Akleh.

No fim-de-semana, o consórcio de investigação Bellingcat, que trabalha com fontes em open source, diz que embora a sua análise não possa ser conclusiva, as provas apontam mais para que tenha sido um disparo israelita a matar a jornalista.

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