Governo diz levar sanções “muito a sério” após congelar moradia de Abramovich

O chefe da diplomacia portuguesa confirmou a notícia avançada este sábado pelo PÚBLICO do congelamento de uma moradia do oligarca russo Roman Abramovich na Quinta do Lago, no Algarve.

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Gomes Cravinho diz que não há conhecimentos de outros bens de oligarcas russos em Portugal Nuno Ferreira Santos

O ministro português dos Negócios Estrangeiros garantiu que Portugal leva “muito a sério” as sanções da União Europeia (UE) a oligarcas russos, confirmando o congelamento de uma moradia de Roman Abramovich, sem conhecimento de outros bens para já.

“As sanções são tomadas muito a sério por Portugal e qualquer indivíduo sancionado que se julgue ter propriedades ou bens em Portugal será sempre investigado e, confirmando-se, os bens serão congelados”, afirmou João Gomes Cravinho falando à chegada da reunião informal dos ministros dos Negócios Estrangeiros da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO), em Berlim.

O chefe da diplomacia portuguesa confirmou a notícia avançada este sábado pelo PÚBLICO do congelamento de uma moradia do oligarca russo Roman Abramovich na Quinta do Lago, no Algarve.

“Neste caso, temos a convicção forte, que ainda não é a confirmação plena, de que [a moradia] pertence a Roman Abramovich e está congelada, o que significa que não pode ser vendida, hipotecada ou arrendada para qualquer tipo de proveito financeiro”, explicou João Gomes Cravinho, embora realçando “as dificuldades” em descobrir a propriedade de certos imóveis por estarem em nomes de empresas detidas por outras.

Questionado se outros imóveis deste oligarca russo com ligações ao Presidente russo, Vladimir Putin, foram já congelados em Portugal, João Gomes Cravinho adiantou: “Nós não temos conhecimento, neste momento, de outros bens”.

O chefe da diplomacia portuguesa indicou que quando há uma suspeita de tais bens, cabe a “um conjunto de entidades” como o Banco de Portugal, a Polícia Judiciária, o Instituto dos Registos e do Notariado e os ministérios dos Negócios Estrangeiros e das Finanças, agirem em conjunto.

“Quando temos suspeita, investigamos, e a partir do momento em que temos conhecimento, agiremos de acordo com os nossos compromissos em relação aos parceiros da UE e da NATO”, concluiu João Gomes Cravinho.

Este sábado o PÚBLICO avançou que o Estado português congelou, em Março passado, uma moradia de Roman Abramovich avaliada em 10 milhões de euros, localizada no Algarve, que o oligarca russo tentou vender duas semanas antes da invasão militar da Ucrânia pela Rússia.

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