Perguntas e respostas: O que é preciso para se ser activista do clima?

A associação ambientalista Zero escreveu um Guia para o Activismo que dá ferramentas aos jovens que querem se envolver com a questão climática.

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Shaama Sandooyea, cientista e activista climática da Mauritânia Tommy Trenchard/Greenpeace

Há um novo Guia para o Activismo produzido em Portugal no contexto da Ativa ClimAct, um projecto europeu para consciencializar a população para as alterações climáticas, principalmente os mais jovens. Elaborado para todos os jovens que querem participar na luta pelo clima e não sabem como começar, o documento está disponível no site Ativa Clima, desenvolvido pela associação ambientalista Zero.

No guia explica-se várias questões do activismo: como formar um grupo activista, como realizar uma manifestação, uma petição, como falar com a sociedade, os prós e os contras da desobediência civil, entre outros aspectos deste tema.

Baseado na informação do documento, elaborámos algumas perguntas e respostas sobre esta questão.

O que é um activista climático?

Os activistas são pessoas empenhadas numa causa e que querem dar visibilidade e voz a essa causa, seja a pobreza, os direitos indígenas ou, neste caso, as alterações climáticas. Nesse sentido, estão dispostos a usar o seu tempo para darem visibilidade pública à questão das alterações climáticas, mostrando que existe um problema, e serem agentes de mudança, apresentando soluções para esse problema.

O que é necessário para se ser uma activista do clima?

O primeiro passo para o activismo do clima é conhecer mais sobre o tema das alterações climáticas. Não é necessário compreender extensivamente o problema, mas quando o tema se torna familiar é mais fácil perceber as suas consequências mundiais e locais, e encontrar o nicho onde faz mais sentido actuar. No entanto, é importante obter a informação de dados dos cientistas e fontes fidedignas.

O activismo climático é igual para todas as pessoas?

Não. As alterações climáticas são um tema amplo que toca vários aspectos do funcionamento da sociedade e tem consequências diferentes em cada lugar. Cada um pode identificar-se com diferentes temas e actuar em áreas específicas. Por outro lado, não há uma forma certa de se envolver no activismo. Organizar uma manifestação pode ser tão importante como recolher material para reciclar e alimentar as redes sociais com informação.

O que se pode fazer enquanto activista?

O activismo abrange acções pessoais e colectivas. A mudança de hábitos, como usar transportes públicos em vez do carro e optar por diminuir o consumo de carne, ou atitudes como iniciar conversas sobre o tema das alterações climáticas com a família e os amigos, podem cair no âmbito do activismo. As acções colectivas têm um maior impacto na sociedade e podem ser: organizar ou participar em manifestações pelo clima, fazer ou divulgar petições, organizar debates sobre o tema, entre tantas outras. Para isso, poderá ser importante aderir a um grupo activista já existente, ou então criar de raiz um grupo activista. O guia explica como fazer isso.

Há uma idade para iniciar o activismo?

O site Ativa Clima é dedicado a pessoas entre os 15 e os 35 anos, mas não há uma idade para o activismo. No entanto, há certas acções que só podem ser feitas por pessoas que atingiram a maioridade, como dar o nome quando se comunica uma manifestação a uma câmara municipal. Mas isso não quer dizer que alguém mais novo não possa ajudar a organizar essa manifestação. Nesse sentido, o guia é categórico: “Numa democracia todas as vozes contam. Os jovens são quem vai sofrer mais directamente das consequências das acções que são actualmente tomadas pelos adultos no poder. Por isso, não deixes que esse seja um factor de inibição neste processo.”

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