Canal de televisão de Taiwan pede desculpas após noticiar invasão chinesa

“A capital foi atingida por mísseis guiados pelo exército comunista” foi a notícia transmitida pelo canal de televisão CTS de Taiwan que espalhou o pânico entre a população. Era falsa e tudo não passou de um erro.

Foto
Pequim aumentou a pressão sobre Taiwan desde que a Presidente, Tsai Ing-wen, chegou ao poder em 2016 Reuters/ANNABELLE CHIH

Uma estação de televisão de Taiwan pediu desculpa por “causar pânico” após ter transmitido, esta quarta-feira, erroneamente, uma série de alertas de que a China tinha lançado ataques à ilha.

"A CTS [Chinese Television System] pede sinceras desculpas por este grave erro que causou pânico entre o público e causou problemas para as unidades em questão”, disse a estação de televisão chinesa.

O meio de comunicação social chinês sediado em Taipé causou preocupação após emitir vários alertas, incluindo que a capital “foi atingida por mísseis guiados pelo exército comunista” e que “navios explodiram, instalações e barcos foram danificados no porto de Taipé”.

A CTS atribuiu o erro aos colaboradores que transmitiram erroneamente o conteúdo dos exercícios preventivos que a estação tinha sido encarregada de produzir para os bombeiros da cidade. Noutro alerta podia ler-se: “A guerra pode deflagrar, (...) Taipé abre um centro conjunto de comando e controlo de emergência”.

O incidente aconteceu numa altura em que, depois da invasão da Ucrânia pela Rússia, os receios são crescentes em Taiwan de que a China possa levar a cabo as suas ameaças de avançar para a ilha democrática autónoma, que Pequim que vê como parte do seu território e que não descarta um ‘resgate’ pela força, se necessário.

A CTS acrescentou que iria “punir severamente” os responsáveis após a abertura de uma investigação interna.

"Não entre em pânico”, dizia uma mensagem publicada na página da estação na rede social Facebook, acrescentando que tinha “transmitido erroneamente uma mensagem de guerra e de prevenção de catástrofes”.

Pequim aumentou a pressão sobre Taiwan desde que a Presidente, Tsai Ing-wen, chegou ao poder em 2016, afirmando a ilha como um país soberano. As manobras de intimidação chinesas aumentaram dramaticamente no último ano, com os aviões de guerra a violarem quase diariamente a zona de defesa aérea de Taiwan.

Taiwan registou 969 incursões em 2021 de acordo com uma base de dados compilada pela agência de notícias France-Presse, mais do dobro das cerca de 380 registadas em 2020. Nos primeiros quatro meses de 2022 já foram registadas cerca de 300 incursões aéreas.

Sugerir correcção
Comentar