Até Atenas num Fiat 127, safari no Ruanda e amigos improváveis

O nono episódio da terceira temporada do Ready. Gap. Go! foi gravado ao vivo na 10.ª edição do Gap Year Summit, em Carregal do Sal e tivemos o prazer de estar à conversa com o criador da Fundação Lapa do Lobo. Esta fundação é uma associação sem fins lucrativos, que surgiu em 2007, com o intuito de promover a cultura, a arte e a educação, atribuindo assim bolsas todos os anos, aos jovens de Carregal do Sal.

O seu fundador, Carlos Torres, licenciado em Direito e hoje empresário de uma exportadora de equipamentos eléctricos esteve à conversa com a Gap Year Portugal para dar o seu testemunho das suas aventuras por esse mundo fora. Amante da vida e decidido a vivê-la de uma forma intensa, confessou que adoraria ter tido a oportunidade de realizar um gap year quando era mais novo, daí esta sua paixão por ajudar jovens a passar da teoria à prática.

Como é fácil de imaginar, na época do Estado Novo não existiam as facilidades que existem hoje, viajar era muito difícil e dispendioso, e muito menos existia este tipo de iniciativas. Ainda assim, a história de Portugal deixava Carlos, ainda de tenra idade, muito curioso e com uma vontade enorme de percorrer todo o então chamado império colonial português. E foi neste sentido que, assim que lhe foi possível, fez a sua primeira viagem até à Argélia, através de uma organização estudantil da sua universidade.

No entanto, a primeira viagem que o marcou foi uma viagem de carro, mais concretamente num Fiat 127, até à Grécia com três amigos. Esta viagem foi feita com orçamento apertado, pelo que acamparam sempre ao longo do caminho, mas a história que mais lhe tocou foi quando uma senhora totalmente desconhecida, a jantar no mesmo restaurante que os rapazes, em Atenas, decidiu, por pura simpatia, oferecer-lhes lagosta e vinho, quando reparou no espanto dos rapazes a olhar para a sua própria lagosta.

A partir daí, a paixão pelas viagens começou a crescer e Carlos percebeu que isso era algo importante na sua vida, pelo que começou a orientar a sua carreira num sentido em que o permitisse explorar mais: surgiram empregos no ramo da exportação e hoje, tem a sua própria empresa na área.

Com 120 países no currículo, Carlos expressa um enorme entusiasmo por África. A natureza, os safaris, a África selvagem fascina-o e garante que é uma pena esse não ser um dos destinos mais escolhidos pelos jovens portugueses. Carlos trouxe-nos alguns exemplos de sítios encantados como o rio Okavango (único rio no mundo que não desagua no mar ou noutro leito de água, perdendo-se assim, nas areia do deserto do Kalahari) e o safari numa montanha dividida pelo Ruanda e Uganda.

E, por fim, falou-nos na sua última viagem ao Peru, com o Tiago e o Gonçalo (fundadores da Gap Year Portugal), dois jovens de 28 anos que há 10 anos prometeram oferecer-lhe uma viagem ao Machu Picchu, Peru. Esta viagem já estava prevista para antes da pandemia, mas acabaram por ir apenas este ano. Com a mochila às costas e a estrear-se num hostel pela primeira vez, Carlos conta-nos, emocionado, todas as sensações incríveis desta viagem.

Carlos tem um carinho enorme por este tema e pretende passar às gerações futuras esta mensagem que é a magia de um gap year.

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