Filme de Jorge Jácome na programação de festival Art of The Real em Nova Iorque

Super Natural chega aos Estados Unidos cerca de um mês depois de se ter estreado no festival de cinema de Berlim, tendo recolhido o prémio da Federação Internacional de Críticos de Cinema (Fipresci) do programa Fórum.

Foto
O filme é descrito pelo festival como “uma colagem multimédia e multi-sensorial” DR

O filme Super Natural, do realizador português Jorge Jácome, vai ser exibido no sábado no festival de cinema Art of The Real, que tem início esta quinta-feira no Film at Lincoln Center, em Nova Iorque. Esta é a nona edição do festival nova-iorquino, que se estenderá até 7 de Abril, revelando “algumas das vozes mais inovadoras e vitais na não-ficção e no cinema híbrido”, escreve a organização.

Super Natural é a única produção portuguesa presente no festival, sendo descrito como “uma colagem multimédia e multi-sensorial”, estando prevista uma sessão de perguntas com o realizador. O filme de Jorge Jácome chega aos Estados Unidos cerca de um mês depois de se ter estreado no festival de cinema de Berlim, tendo recolhido o prémio da Federação Internacional de Críticos de Cinema (Fipresci) do programa Fórum.

Super Natural é a primeira longa-metragem de Jorge Jácome e começou por ser o projecto de um espectáculo de palco do Teatro Praga com a associação madeirense de arte inclusiva Dançando com a Diferença, para se estrear em 2020. O espectáculo não chegou a acontecer por causa da pandemia da covid-19, pelo que o projecto foi repensado e transformado em filme, como contou o realizador em Fevereiro à agência Lusa.

Super Natural, que tem argumento de Jorge Jácome, André e. Teodósio e José Maria Vieira Mendes, é um objecto artístico protagonizado por algumas das pessoas portadoras de deficiência que fazem parte da Dançando com a Diferença, actuando em espaços naturais e urbanos exuberantes da ilha da Madeira.

Na sinopse lê-se que o filme “guia o espectador por contextos, geografias, curiosidades históricas, videoclipes, confissões e momentos de humor” que ajudam a compreender que o natural, “seja de um corpo ou de um objecto, é sempre mais complexo do que aparenta ser”.

“Este filme não quer ser nada para poder ser tudo. Existe esta ideia de que tudo é uma possibilidade, a ficção é uma possibilidade, o documentário é uma possibilidade, o experimental também é. O próprio filme reflecte sobre isso, sobre quebrar fronteiras, seja do espectador com o filme, seja de géneros fílmicos, seja de formatos. É como se não quiséssemos nunca delimitar uma ideia de formato”, afirmou Jorge Jácome.

Além do festival Art of The Real, o filme de Jorge Jácome também está presente no festival internacional de cinema de Vilnius, que começou no passado dia 24, na Lituânia.

No Film at Lincoln Center, no total serão exibidas 17 longas e quatro curtas-metragens, com destaque para uma selecção especial de filmes da realizadora Alice Diop, “que captam as dificuldades diárias pelas quais passam as comunidades negras e migrantes na França actual”.

Sugerir correcção
Comentar