Pelo menos sete mortos na explosão de uma mina no Mali

Explosão deixou ainda dezenas de feridos. Violência jihadista tem-se intensificado no país onde a junta militar não controla vastas áreas.

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Os militares franceses abandonaram recentemente o Mali, depois de anos a combater os jihadistas Reuters/BENOIT TESSIER

Uma mina explodiu à passagem de um autocarro numa estrada na região de Mopti, no Centro do Mali, provocando pelo menos sete mortos e dezenas de feridos. Segundo disseram este domingo à agência Efe responsáveis de segurança e de saúde, há vários feridos em estado grave.

A explosão aconteceu no sábado à tarde, na estrada que liga Konna e Sevare. Pelo menos oito feridos foram levados para o hospital Dolo, na localidade de Sevare.

O Mali enfrenta desde 2012 as consequências da presença de vários grupos jihadistas, mas a violência tem-se intensificado com ataques contra a população civil, as Nações Unidas, o Exército maliano e as forças estrangeiras.

No último mês, os ataques e combates entre grupos jihadistas rivais no Norte do país aumentaram, ao mesmo tempo que as forças francesas, e outros contingentes enviados por países europeus, têm abandonado o país, face às divergências entre Paris e a Junta militar, no poder desde Maio de 2021, quando protagonizou o segundo de dois golpes de Estado em menos de um ano no Mali.

As relações entre os europeus e a junta militar, que pediu a intervenção dos mercenários russos do grupo Wagner (uma milícia privada com armas pesadas que já esteve na Ucrânia, na Síria, em Moçambique ou na Líbia), foram-se degradando até à escalada no início de Fevereiro, quando Bamako expulsou o embaixador francês, o representante da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) e o recém-chegado contingente militar na Dinamarca, que chegara para participar na operação internacional anti-jihadista Tabuka.

Há um mês, o Presidente francês, Emmanuel Macron, anunciou a retirada total dos soldados no Mali, que deverão ser redistribuídos pela região do Sahel. A retirada foi festejada em manifestações, ao mesmo tempo que chegavam notícias de dezenas de mortos em confrontos entre grupos jihadistas rivais, ligados ao Daesh e à Al-Qaeda.

A presença jihadista é muito forte no Norte do país, mas a violência estende-se ao Centro e à zona da explosão deste fim-de-semana. Tanto no Norte como no Centro, há vastas áreas com uma administração pública frágil e cujo controlo escapa ao Estado e à junta militar.

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