Vila da Mamarrosa, em Oliveira do Bairro, celebra os livros e a floresta

Festival Cultural Semente acontece entre os próximos dias 18 e 20 e vai passar por dez espaços diferentes, entre os quais se incluem antigas adegas e o posto de correios já desactivado.

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Estarão presentes alguns autores como Carmen Lima, que escreveu "Não há planeta b"

Há dois anos, com a chegada da pandemia, aquela que seria a primeira edição de uma feira do livro e da árvore na Mamarrosa, em Oliveira do Bairro, teve de ser, como aconteceu com todos os outros eventos, cancelada. Ficou a semente e com o passar do tempo acabou por evoluir para um evento maior, em formato de festival. A estreia está marcada para os próximos dias 18, 19 e 20 de Março, com um programa que junta arte, música, palestras, tertúlias, exposições e outras actividades. Organizado pela Promob (Associação de Promoção e Mobilização da Comunidade), o Festival Cultural Semente passará por dez locais da vila, alguns deles já desactivados.

O festival, que também compreenderá uma feira do livro e da árvore (aberta entre as 10h00 e as 21h00, nos dias 19 e 20), reunirá, segundo a organização, “mais de 40 artistas, 10 livreiros, 20 expositores, 18 palestrantes”, entre os quais estão alguns dirigentes de associações de preservação do ambiente e da floresta, e autores como Carmen Lima (Não Há Planeta B) e Marta Condesso (O Grande Cedro). A programação, inspirada nas diversas datas comemorativas da época (Equinócio da Primavera, Dia Mundial da Poesia, Dia Internacional da Floresta, Dia Mundial da Árvore), procura o envolvimento de toda a comunidade, mas também dos visitantes, com actividades para toda a família.

E enquanto passa as mensagens da importância de incentivar a leitura e da necessidade de preservar o meio ambiente, a organização deixa também um outro alerta: “é urgente habitarmos uma vila que já teve tanta dinâmica cultural, mas que está cada vez mais envelhecida”, repara Ricardo Regalado, da Promob. Outrora animada pelo teatro, música, festejos de Carnaval, marchas populares, entre outras expressões artísticas mais tradicionais, a Mamarrosa vive hoje uma realidade completamente diferente.

Daí, a aposta em levar as actividades do festival para diversos espaços e locais da vila, nomeadamente salões recreativos, antigas adegas e pontos de interesse patrimonial e histórico, como os antigos Correios e Casa de Saúde. “A Promob pretende continuar a fazer cumprir a sua missão de mobilização da comunidade em torno de grandes valores como a cultura, a educação, a sustentabilidade e a conservação da natureza, ao mesmo tempo que dinamiza os espaços da vila, bem como as associações culturais e recreativas da zona com a presença da Banda Filarmónica, Ranchos Folclóricos, Grupo de Cantares de Bustos, Escola de Artes da Bairrada, entre outros”, destaca a organização.

Apesar de ainda não ter testado o evento no terreno, a associação tem previsto dar continuidade a este festival. Está ainda por decidir se terá periodicidade anual ou bienal, na certeza de que essa definição só acontecerá depois de cumprida esta primeira edição. O programa arranca, no dia 18, pelas 18h30, com a inauguração da exposição “Mulher Terra”, de homenagem à poetisa Rosinda de Oliveira. No dia 19, entre outras actividades, há caminhada literária, a partir das 9h00, com visita aos lugares históricos mais antigos da vila de Mamarrosa, assim como uma tertúlia, pelas 19 horas, dedicada ao termo terra. No dia 20, um dos destaques do programa vai para o atelier que convida o público a pintar uma tela enquanto se delicia com a música de um concerto (início às 15h00).

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