Sérgio Conceição só terá elogios para os adversários

Agastado com as críticas pela abordagem feita ao jogo com o Lyon, o treinador do FC Porto promete não voltar a falar nas fragilidades alheias.

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Sérgio Conceição defronta Tondela em contagem decrescente para o título LUSA/ESTELA SILVA

Sérgio Conceição, treinador do FC Porto, aproveitou a conferência de imprensa de antevisão do jogo com o Tondela, da 26.ª jornada da Liga, agendado para este domingo (18h, SPTV1), no Dragão, para responder às críticas decorrentes da derrota na Liga Europa, “prometendo” passar a elogiar todos os adversários para não ser acusado de facilitar.

“Só posso dizer coisas boas dos adversários e achar que são as equipas mais fortes do mundo. Se disser que têm fragilidades defensivas, sou um treinador que facilito e passo a mensagem errada”, ironizou na conferência de imprensa de antevisão ao jogo com o Tondela.

Três dias depois da derrota com o Lyon, o líder do campeonato defrontará o 16.º e antepenúltimo classificado, que “até está um pouco abaixo das expectativas” na luta pela permanência.

“À medida que se vai aproximando o final, estas equipas ficam com menos margem para alcançar os objectivos. Na vida, quando estamos em dificuldades, vamos buscar forças que não pensávamos possuir e chegamos a determinados limites que não pensávamos possíveis. O Tondela é das equipas que mais golos fazem para o lugar que ocupa. É um jogo importante, difícil e mais uma final das nove que temos pela frente”, observou.

Garantindo apresentar o “onze” mais forte frente a um opositor “bem encaminhado” para chegar à final da Taça de Portugal, Sérgio Conceição priorizou uma “gestão inteligente e criativa” perante a sobrecarga competitiva.

“Se calhar não fui tão criativo no último jogo, porque achava que aquele ‘onze’ me dava uma resposta boa para ir a Lyon já com algum conforto na eliminatória. Não aconteceu. Nem sempre acertamos, infelizmente. Também não tenho a certeza de que se colocasse quatro ou cinco jogadores diferentes ganharia ou não perdia por 2-0 ou 3-0”, advertiu.

Submetido a cirurgia, Pepe juntou-se a Wilson Manafá no boletim clínico. A lesão do central possibilitou a estreia de Rúben Semedo, opção para iniciar o jogo com o Tondela. “Isto não tem a ver com quem é o número um, dois ou três ou o substituto do Pepe, mas com as características do jogador em função de determinada estratégia. Naquele jogo, achei que era melhor o Rúben Semedo. Provavelmente, se o Pepe não puder competir, poderá jogar o Fábio Cardoso. Depende daquilo que definir”, ilustrou.

Questionado sobre a evolução “muito positiva” de Pepê, que ganhou preponderância face à saída do colombiano Luis Díaz, Sérgio Conceição mostrou-se “muito agradado” por verificar que o extremo brasileiro está “mais familiarizado com o futebol europeu”.

“É explosivo e muito desequilibrador nas situações de um contra um. Ganhando alguma agressividade, consegue, com bastante acutilância, partir de trás de forma muito interessante. Tenho-o utilizado como lateral na recta final dos jogos para dar largura e profundidade. Joga bem por dentro, porque roda com facilidade, da mesma forma que sai de uma situação de pressão através da sua capacidade e qualidade técnica”, notou.

Na ressaca da quinta derrota da época, o FC Porto surge numa série invicta de 53 jogos na I Liga e a variar sistemas tácticos na tentativa de “encontrar a melhor forma de integrar os jogadores”. "Neste momento, criamos muito no meio-campo ofensivo, temos jogadas e combinações fantásticas e golos espectaculares. Mas falta-nos alguma consistência no processo defensivo. Estamos sempre à procura desse equilíbrio. Estas provas internas podem ser enganadoras, pois pensa-se muito no processo ofensivo, mas há outros igualmente importantes”, frisou.

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