Jussie Smollett condenado a 150 dias de prisão por encenar crime de ódio

Em 2019, o actor da série Empire denunciou ter sido alvo de um ataque racista e homofóbico nas ruas de Chicago. A polícia considerou que o ataque havia sido encenado por Smollett com o objectivo de aumentar o seu protagonismo mediático. Condenado, continua a defender a sua inocência.

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O actor foi condenado a 30 meses de liberdade condicional e a 150 dias de prisão Reuters/POOL

Um tribunal de Chicago condenou Jussie Smollett, actor da série televisiva Empire, a 30 meses de liberdade condicional e a 150 dias de prisão por encenar um crime de ódio contra si próprio. Em Dezembro, um júri considerou Smollett, de 39 anos, culpado de cinco de seis acusações de conduta desordeira, uma por cada vez que foi acusado de mentir à polícia.

Esta quinta-feira, o juiz James Linn, do tribunal de Cook County, condenou igualmente Smollett a pagar 120 mil dólares (109,1 mil euros) de compensação à cidade de Chicago e multou-o em 25 mil dólares (22,7 mil euros). “Sei que nada do que faça aqui hoje se aproximará dos danos que já provocou à sua própria vida”, afirmou o juiz. “Destruiu a sua vida tal como a conhecia”.

A carreira de Smollett entrou em declínio após o incidente, tendo perdido o seu papel enquanto cantautor na temporada final de Empire, uma série televisiva da Fox, com o universo do hip hop no centro, que encerrou em 2020 o seu percurso de cinco anos. Smollett pode recorrer e manteve a sua inocência esta quinta-feira no tribunal.

Os procuradores defenderam que Smollett, que é negro e gay, mentiu à polícia quando contou ter sido abordado numa rua escura de Chicago por dois mascarados, em Janeiro de 2019. Smollett disse que os atacantes lhe puseram um laço à volta do pescoço e que derramaram químicos sobre si enquanto gritavam insultos racistas e homofóbicos e frases de apoio ao antigo Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.

A polícia deteve o actor um mês depois, alegando que ele pagara 3500 dólares (3183 euros) a dois irmãos para encenarem o ataque, num esforço para aumentar o seu protagonismo no mundo do entretenimento. Smollett declarou-se inocente das seis acusações de conduta desordeira.

O caso conheceu uma reviravolta inesperada na Primavera de 2019, quando o gabinete da Procuradoria de Cook County desistiu do processo, com 16 acusações, em troca da renúncia de Smollett aos 10 mil euros de fiança sem admissão de irregularidades. A decisão mereceu críticas do então mayor Rahm Emanuel e do superintendente da polícia de Chicago, que a classificaram como um erro judicial.

Em 2020, um procurador especial nomeado para o caso recomendou que Smollett fosse julgado novamente e um grande júri produziu uma acusação.

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