Música
Lavoisier levam-nos em Passeata pelo Maio florido de 74 para chegar Aí o novo álbum
O quarto álbum dos Lavoisier, duo formado por Patrícia Relvas e Roberto Afonso, já tem data marcada: 22 de Março. Chama-se Aí, tem onze canções e uma delas, Passeata, estreia-se esta quinta-feira em single e num videoclipe com imagens de arquivo das memoráveis manifestações do 1.º de Maio de 1974, poucos dias após o 25 de Abril e o derrube da ditadura, filmadas em super-8 e agora editadas pelo artista plástico João Ferro Martins.
Patrícia Relvas e Roberto Afonso, o duo que compõem os Lavoisier, estudaram nas Caldas da Rainha e aventuraram-se musicalmente por Berlim. O contacto com as recolhas de Michel Giacometti abriu-lhes horizontes e, num cruzamento entre raízes tradicionais portuguesas, modernismo brasileiro e electrónica, criaram a sua própria linguagem. O seu álbum de estreia foi Projecto 675 (em 2014), seguindo-se-lhe É Teu (2017) e Viagem a um Reino Maravilhoso (2019), um trabalho em torno da obra poética de Miguel Torga.
O seu quarto álbum, Aí, é assim explicado pelos Lavoisier no texto que acompanha o lançamento do single e videoclipe agora em estreia: “Este álbum surge com a necessidade de agir e fortalecer estes sítios comuns, ter consciência que continuamos a ser livres e responsáveis pelo aparecimento de novos diálogos, novas relações e discursos que nos catapultam para um futuro próspero. O ser independente na arte é uma ambição/condição que nos aproxima de uma verdade, verdade essa que se tem mantido através de ideologias defendidas sob o baluarte na natureza nada se perde, nada se cria, tudo se transforma; mantendo-nos fiéis a um espírito de que na arte, a partilha, o respeito e a vontade de fazer acontecer um mundo melhor, fora de preconceitos e propriedades perigosas, seja alcançável e acessível a todos os seres independentemente da sua crença, género ou etnia.”
O disco vai ser apresentado ao vivo em Lisboa, no Teatro da Trindade, no dia 29 de Março, num concerto inserido no Ciclo Mundos, um programa que se realiza anualmente, numa parceria entre o Festival de Músicas de Mundo de Sines e a Fundação INATEL.