Dulce Pontes: pena, não haver um segundo Canto

O regresso de Dulce Pontes às majors faz-se sob o signo das melhores intenções, mas é a voz que o compromete num festival de floreados.

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Perfil: “retrato” ou revelação fiel da voz que o povoa Gonçalo Claro

Desde que lançou Lágrimas, em 1993, e já lá vão quase trinta anos, que Dulce Pontes tem vindo a ser citada como influência por fadistas mais novos. Alguns, ouviram-na até antes de ouvirem atentamente Amália — que Dulce cantava em Lágrimas, cruzando os seus fados com canções de José Afonso. Os discos seguintes, A Brisa do Coração (ao vivo, duplo, 1995) e Caminhos (1996), ambos também gravados para a Movieplay, prolongaram o “efeito Lágrimas” e, de certo modo, fecharam um ciclo. O que se seguiu foi promissor: O Primeiro Canto, editado pela Universal com o selo Polydor, disco que ela descreveu ao PÚBLICO, mais tarde, como o seu “grito do Ipiranga” e onde Dulce “surgia na capa nua, coberta de barro, como se fosse um vaso”, deixava para trás as tentações histriónicas e exibicionismos gratuitos e dava à potente voz da cantora outros cambiantes, marcados pela contenção, o experimentalismo e um claro bom gosto.

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