Morreu o jornalista e apresentador Artur Albarran

Artur Albarran morreu aos 69 anos. O jornalista começou a carreira em Moçambique e passou pela BBC, RTP, SIC e TVI. Em 2011, foi diagnosticado com um mieloma múltiplo e teve de receber dois transplantes de medula óssea.

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Artur Albarran tinha 69 anos

O ex-jornalista português Artur Albarran morreu no final da tarde desta terça-feira aos 69 anos, confirmou o PÚBLICO junto de fonte próxima do apresentador. A agência Lusa avança que Artur Albarran estava internado no Hospital de São Francisco Xavier.

Em 2011, Artur Albarran foi diagnosticado com um mieloma múltiplo e teve de receber um transplante de medula óssea. Em 2019, já recuperado, sofreu uma reincidência e foi submetido a outro transplante de medula. Em Agosto de 2021, foi diagnosticado com covid-19 e foi hospitalizado nos cuidados intensivos no Hospital Amadora-Sintra. Meses depois, em Novembro, dado o agravamento do estado de saúde, voltou a ser internado.

Artur Albarran começou a carreira de jornalista na Rádio Clube de Moçambique e passou pelo Rádio Clube Português e pela televisão pública britânica BBC antes de integrar a RTP. Fez parte da equipa que fundou a Grande Reportagem no início da década de 1980 e foi director de informação da RTP1 e da RTP2.

Em 1991, foi enviado especial da RTP à Guerra do Golfo e um ano depois, a partir de Dezembro de 1992, acompanhou o conflito na Somália. Trabalhou ainda, em 1988, no Século Ilustrado, jornal do qual chegou a ser director.

“Profissional ousado”

Em 1993, chegou à redacção da TVI, pouco depois do arranque da televisão privada. Neste canal, conduziu um programa com o próprio nome e apresentou “o principal jornal da estação”, ao lado de Bárbara Guimarães e Sofia Carvalho. “Foi um dos rostos da informação da TVI até 1996”, lê-se num comunicado emitido no final da tarde desta terça-feira pelo grupo Media Capital (que detém a TVI, entre outros canais e rádios).

Na nota, o conselho de administração manifesta o pesar pela morte do jornalista, recordando-o como um profissional “ousado, que construiu uma relação de grande proximidade com o público”. “Os seus programas, bem como as reportagens que fez como enviado especial à Guerra do Golfo, ficam para a história da televisão portuguesa.”

Em 1996, o jornalista muda-se para a SIC, onde passa a desempenhar o papel de apresentador, destacando-se em programas como A Cadeira do Poder (1997), Imagens Reais (1997) e Acorrentados (em 2001). Foi em Imagens Reais que popularizou a frase “o drama, a tragédia, o horror”.

No fim da década de 90, passou a gerir os negócios de um grupo de empresários e políticos norte-americanos em Portugal. Nesta lista, estava Frank Carlucci, ex-director da CIA e antigo embaixador dos EUA em Portugal. Foi nesta altura que Artur Albarran se afastou da televisão e passou a ocupar o cargo de presidente do conselho de administração da imobiliária EuroAmer.

Em 2010, o ex-jornalista e empresário foi acusado de ter burlado o Estado em cerca de 16 milhões de euros relativos a impostos resultantes da actividade empresarial, a qual consistia na obtenção de financiamentos para a compra de terrenos e construção imobiliária. O processo arrastou-se até 2015, ano em que foi absolvido por não ter ficado provado em tribunal que o antigo apresentador de televisão tenha burlado o Estado.

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