BCE diz que “os bancos têm posições sólidas de capital e liquidez”

O supervisor europeu alerta os bancos para a possibilidade de ataques cibernéticos, riscos climáticos, pressões sobre a rentabilidade e possíveis consequências adversas da saída das baixas taxas de juro.

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Reuters/RALPH ORLOWSKI

O Banco Central Europeu (BCE) exige que os bancos que supervisiona directamente, os maiores da zona euro, mantenham um nível de capital ligeiramente superior em 2022, anunciou esta quinta-feira o BCE, depois de publicar os resultados do seu processo de análise e avaliação da supervisão de 2021.

Os resultados mostram que “os bancos têm posições sólidas de capital e liquidez, com pontuação geralmente estável”, de acordo com o BCE. A maioria dos bancos opera com níveis de capital acima dos estabelecidos nos requisitos e orientações em matéria de capital. Em média, os bancos mantiveram fortes posições de capital e liquidez durante a pandemia. As notações dos bancos permanecem geralmente estáveis.

Neste contexto, o supervisor europeu anunciou também o fim do período em que os bancos podiam violar os requisitos de capital e solidez para lidar com os efeitos económicos da pandemia de covid-19. Uma medida que entrará em vigor gradualmente, primeiro em Março de 2022 (para alguns indicadores) e depois, definitivamente, em Dezembro de 2022.

As necessidades totais de capital aumentaram ligeiramente para 15,1% dos activos ponderados pelo risco em 2022, contra 14,9% em 2021.

As necessidades totais de capital Common Equity Tier 1 (CET1) aumentaram de 10,5% para 10,6% dos activos ponderados pelo risco.

“Globalmente, estamos satisfeitos com a forma como os bancos têm funcionado até agora durante a pandemia. Contribuíram para a resiliência da economia da zona euro e continuaram a conceder crédito às famílias e empresas”, disse o presidente do Conselho de Supervisão do BCE, Andrea Enria.

No entanto, Enria acrescentou que “o impacto da pandemia na economia ainda não terminou” e os bancos devem, portanto, prestar atenção às consequências para os seus balanços e reforçar o controlo de risco e governação.

O BCE adverte que “a incerteza permanece sobre a futura trajectória e evolução da pandemia, e os problemas da cadeia de abastecimento estão a pesar sobre o comércio e a actividade económica em geral”.

Alerta igualmente os bancos para a possibilidade de ataques cibernéticos, riscos climáticos, pressões sobre a rentabilidade e possíveis consequências adversas da saída das baixas taxas de juro.

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