Morreu Betty Davis, a lenda funk que nos explicou o que é o desejo

Nos anos 1970, deu voz ao erotismo e à sexualidade de uma forma inaudita. Nunca uma cantora o fizera com aquela crueza e naturalidade. Nunca se ouvira funk assim.

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Robert Brenner

Quando a amiga de infância Connie Portis a viu em palco, surpreendeu-se. Mais que isso, ficou chocada. Ela que a conhecia desde o tempo em que cresciam em Homestead, na Pennsylvania, ela que a vira tornar-se modelo em Nova Iorque, ela que sabia do seu talento musical, que a vira compor êxitos para os Chambers Brothers e as canções que garantiram aos Commodores um contrato com a Motown, ela que conhecia tão bem a amiga de personalidade forte, mas de temperamento reservado, via-a então sob outra luz: liderando uma banda de funk agressivo, concentrando todas as atenções com uma sensualidade exuberante, um domínio total do palco, movendo-se de forma felina, cantando sexo e paixão de uma forma que mulher alguma cantara até então, sem filtros, sem romantismos de acordo com as regras vigentes, senhora dos seus desejos.

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