Associativismo e singularidade podem dar futuro ao comércio com passado

Marta Nestor estuda o comércio tradicional e histórico do Porto há uma década e concluiu agora um doutoramento. A metamorfose da Baixa, onde se vêem várias “ruas mortas”, entristece-a. Mas a resiliência é possível. Urbanismo comercial e mais políticas públicas são precisas, aponta a designer

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Marta Nestor defende que comércio tradicional deve usar a sua história como arma, mas sem cristalizar o tempo Anna Costa

Quando José Manuel Moreira abre o saco de plástico do Pingo Doce e de lá retira o seu “tesouro” guardado em três pastas A4, a máscara já não lhe esconde o sorriso, expandido que vai até aos olhos rasgados e ao corpo inquieto. São dezenas e dezenas de postais recebidos desde 1995 na histórica mercearia O Cafezeiro, onde trabalhou “uma vida inteira”, do tempo em que Abril era criança até ao fecho das portas, em Setembro de 2020. Naquelas “recordações” enviadas por clientes de todo o mundo cabe parte da explicação do enamoramento de Marta Nestor pelo comércio tradicional e histórico do Porto: só o “atendimento humano e com tempo” podem criar laços como aqueles. “Para mim, é relevante deixar de ser um número de contribuinte e passar a ser a Martinha.”

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