Adesão à greve na Rodoviária de Lisboa ronda os 80%

A greve foi convocada pelo Sindicato Independente dos Trabalhadores da Rodoviária de Lisboa face aos salários praticados pela empresa. Trabalhadores exigem um aumento salarial de 50€ ainda durante o mês de Fevereiro.

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A greve deverá durar até à madrugada de quarta-feira Daniel Rocha

A greve que decorreu esta terça-feira na Rodoviária de Lisboa (RL) teve com uma adesão de cerca de 80% por parte dos trabalhadores, que reivindicam aumentos salariais, segundo o sindicato que os representa.

O presidente do Sindicato Independente dos Trabalhadores da Rodoviária de Lisboa (SITRL), João Casimiro, disse à Lusa que o balanço por volta das 16h30 era de uma adesão de cerca de 80% nos três centros operacionais da empresa.

“Temos algumas carreiras completamente paradas, outras a funcionar com um carro, [o serviço] está muito parado”, disse João Casimiro.

A greve começou às 3h da madrugada de hoje e durará 24 horas, sendo que a adesão registada pelo sindicato é semelhante às de outras paralisações recentes, segundo João Casimiro.

“As pessoas andam descontentes e a adesão não é a 100% porque infelizmente há pessoas que não conseguem fazer a greve, porque ganham mal e não conseguem perder um dia de trabalho”, afirmou o presidente do SITRL.

João Casimiro lamentou a falta de abertura manifestada até agora pela administração da empresa em relação às reivindicações dos trabalhadores e a insistência em “manter a política de baixos salários”.

Os trabalhadores da RL, que também cumprem greve ao trabalho extraordinário durante o mês de Fevereiro, reivindicam um aumento salarial já para este mês para 750 euros, de forma a compensar a subida do salário mínimo.

Actualmente, o ordenado médio de um trabalhador da RL é de cerca de 700 euros (brutos), enquanto o ordenado mínimo nacional é de 705 euros.

“Os motivos são os mesmos das outras greves. Esta é uma empresa que pertence ao grupo Barraqueiro, a Rodoviária de Lisboa, que tem uma média de cerca 750 trabalhadores, tendo a maioria o ordenado mínimo nacional e, como se não bastasse, são trabalhadores qualificados, neste caso, motoristas de transportes públicos com o ordenado mínimo nacional”, frisou João Casimiro, em declarações anteriores à Lusa.

De acordo com o dirigente sindical, a administração da empresa “mostra um profundo desrespeito” pelos trabalhadores, remetendo negociações para a Associação Nacional de Transportes de Passageiros (ANTROP).

Além da questão salarial, João Casimiro alertou também para o facto de estarem a sair cada vez mais motoristas da RL para outras empresas do sector que “pagam muito melhor” e para as dificuldades de recrutamento.

Devido a essa dificuldade em recrutar, o sindicalista relatou situações em que o serviço prestado é condicionado e que não estão a ser feitas “muitas circulações”.

A Rodoviária de Lisboa, empresa de transporte rodoviário de passageiros, opera nos concelhos de Lisboa, Loures, Odivelas e Vila Franca de Xira, todos no distrito de Lisboa, servindo cerca de 400 mil habitantes.

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