Rúben, o “dono” da Taça da Liga

Além de grande dominador desta prova (como jogador e como treinador), o técnico do Sporting chega aos cinco troféus desde que treina equipas de primeira divisão – em média, ganha mais de uma competição por temporada. Já o Benfica não ganha nada desde 2019 e, para já, assim vai continuar.

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LUSA/PAULO NOVAIS

O Sporting conquistou neste sábado a Taça da Liga e, em 15 edições da prova, Rúben Amorim abraçou e levantou o “caneco” em nove delas: seis como jogador, três como treinador. Se é Taça da Liga, é para Amorim e o técnico do Sporting é, portanto, o “dono” desta prova, tendo a seguir a si um ex-jogador do Benfica, Luisão, que ainda se fica pelas sete conquistas (todas como jogador).

Amorim cunhou neste sábado o talento especial para esta prova, selando também um hat-trick: venceu em 2019-20, 2020-21 e 2021-22. O técnico tem, ainda, um registo imaculado na competição, tendo vencido os nove jogos que fez como treinador.

Rúben Amorim dá assim mais uma prova do tremendo início de carreira que tem tido. Chegou a uma equipa de I divisão em 2020 (Sp. Braga) e, desde então, já conquistou um campeonato, três Taças da Liga e uma Supertaça. Tal equivale a dizer que, em média, conquista mais do que um troféu por temporada.

Na perspectiva do clube, a conquista do Sporting, em Leiria, frente ao Benfica, mostra que, afinal, não é só o rival lisboeta quem “tem unhas” para a Taça da Liga. É certo que o Benfica continua a ser o clube mais forte na prova, com sete troféus no museu, mas o Sporting leva agora quatro, fazendo as “águias” perderem uma final nesta prova pela primeira vez.

Para o Sporting, este desfecho significa o suavizar das dúvidas que adensavam o universo “leonino”. O campeão nacional não atravessava um momento fulgurante, depois dos desaires recentes frente a Santa Clara e Sp. Braga no campeonato, mas ganha aqui um novo fôlego, voltando a bater o Benfica – algo que já fez nesta temporada, num jogo de campeonato no Estádio da Luz.

Já no lado “encarnado” há muito que pensar. O clube prolonga um jejum de troféus que já dura desde 2019, quando a equipa “encarnada” conquistou a Supertaça. São já dois anos e meio a ver os outros festejarem e é provável que isto dure pelo menos mais um ano, já que a conquista da I Liga e da Liga dos Campeões são dois cenários que roçam a utopia – um pelo atraso pontual, outro pela natural dificuldade de qualquer clube nacional vencer a principal competição de clubes do mundo.

É certo que a Taça da Liga não salvaria o que quer que seja – o próprio Nélson Veríssimo já o disse –, mas daria alguma cor a uma temporada cinzenta. Mais do que isso: daria ao treinador um argumento com algum peso para conseguir um contrato definitivo para 2022/23, tendo recolocado o clube na rota dos troféus.

Assim sendo, Veríssimo será apenas mais um técnico a estender o jejum de títulos e estará, em tese, dependente de um brilharete europeu ou um milagre interno para poder fazer campanha pelo lugar de treinador principal do Benfica na próxima temporada.

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