França cresce 7% em 2021, maior aumento do PIB em 52 anos

Em Espanha, a recuperação económica no ano passado cifrou-se por um crescimento de 5%, o mais forte em 21 anos.

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O diagnóstico da recuperação económica durante o ano passado, entre os principais parceiros económicos de Portugal, está a dar conta de valores históricos que, ainda assim, não apagam totalmente as marcas deixadas pela pandemia nas respectivas economias.

A economia francesa registou o crescimento anual mais forte em 52 anos durante 2021, com um aumento de 7% do PIB, após uma queda de 8% no ano anterior devido à pandemia, anunciou esta sexta-feira o instituto de estatística francês.

Graças a um crescimento de 0,7% no quarto trimestre, a actividade da economia francesa “excedeu” o nível que tinha antes da crise sanitária, acrescentou o instituto de estatística francês (INSEE) num comunicado.

O valor do crescimento é um pouco superior ao que tinha sido avançado pelo próprio INSEE e pelo Banco de França, que apontavam para um aumento de 6,7%, o que representa uma revisão em alta de uma décima de ponto percentual em cada um dos três primeiros trimestres do ano.

A França está a registar uma taxa de emprego nunca vista desde 1975, com uma queda recorde no desemprego, e uma taxa de investimento empresarial mais elevada do que antes da crise sanitária, apoiada pela ajuda do Executivo para mitigar os efeitos da crise sanitária, cerca de 60 mil milhões de euros.

Apesar disso, a economia francesa ainda não voltou ao normal, uma vez que a primeira parte do ano foi ainda marcada por restrições para travar a pandemia. Assim, segundo o INSEE, o PIB mantém-se 1,6% abaixo do nível médio que registou em 2019.

A produção de bens e serviços tornou-se o motor do crescimento, com um aumento de 7,4%, depois de ter diminuído 8,5% em 2020, embora ainda não tenha recuperado o nível médio de 2019.

O consumo interno pagou as restrições na primeira parte do ano e fechou 2021 com um aumento de 4,8%, após uma queda de 7,2% no ano anterior. O investimento ultrapassou o nível de 2019, após ter registado um aumento de 11,6%.

O comércio internacional continuou a sofrer os efeitos da crise e tanto as exportações como as importações estavam longe do nível pré-crise. As exportações foram 8,5% inferiores às de 2019, enquanto as importações foram 5,5% inferiores à média desse ano.

Espanha cresce 5%

Em Espanha, os números do PIB, também divulgados esta sexta-feira, apontam para um crescimento de 5% em 2021, a taxa de progressão mais alta dos últimos 21 anos. Esta evolução da economia espanhola compara com a queda de 10,8% do ano anterior devido ao impacto que a pandemia de covid-19 teve na actividade económica do país.

O crescimento de 5% no ano passado fica, contudo, aquém das previsões mais recentes de 6,5% feitas pelo governo espanhol e também dos 7,2% estimados para o Orçamento do Estado espanhol de 2021.

Segundo os dados do instituto de estatísticas de Espanha, em Dezembro, a economia espanhola ainda estava a 4 pontos percentuais de distância de recuperar para níveis pré-pandemia.

A contribuir para a recuperação estão essencialmente a retoma do emprego e as receitas fiscais, que mais que compensam a queda abrupta do consumo dos turistas, num contexto ainda marcado pelas restrições ligadas à covid-19, mas também pela crise das matérias-primas.