A solução de Infantino para a crise migratória: “Um Mundial de dois em dois anos”

Presidente da FIFA sugere que um torneio bienal irá contribuir para que os africanos tenham “esperança e não precisem de atravessar o Mediterrâneo”.

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Gianni Infantino, presidente da FIFA Reuters/LEONHARD FOEGER

Não é segredo nenhum que a FIFA quer ter um Mundial de dois em dois anos e já tem um plano em marcha para que tal aconteça, apesar da enorme resistência que o mundo do futebol tem demonstrado. Nesta quarta-feira, Gianni Infantino, presidente do organismo, reiterou a necessidade de haver um Mundial bienal utilizando um argumento, no mínimo, inesperado: a crise migratória.

“Este assunto não é sobre o facto de querermos um Mundial a cada dois anos, é sobre o que queremos para o futuro do futebol. Se pensarmos no resto do mundo e na grande maioria da Europa, temos de pensar no que o futebol traz. O futebol é sobre oportunidade, esperança, as selecções nacionais. Não podemos dizer ao resto do mundo, dêem-nos o vosso dinheiro, mas vejam-nos na televisão. Temos de os incluir. Temos de arranjar formas de incluir o mundo inteiro e dar esperança aos africanos para que eles não precisem de atravessar o Mediterrâneo para talvez encontrarem uma vida melhor mas, provavelmente, a morte no mar”, começou por dizer o presidente da FIFA numa sessão da Assembleia Parlamentar do Conselho da Europa, em Estrasburgo.

“Temos de dar oportunidades. Não com caridade, mas deixar o resto do mundo participar. Talvez um Mundial de dois em dois anos não seja a solução. Vamos discuti-lo”, reforçou Infantino. “Vemos o futebol a desenvolver-se para uma direcção onde alguns têm tudo e a maioria não tem nada. Na Europa, o Mundial realiza-se duas vezes por semana porque os melhores do mundo jogam lá. Temos de incluir o mundo inteiro, especialmente África”, acrescentou.

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