António Costa já não tem vontade de ser primeiro-ministro

Esse desencanto sente-se em todo o lado, a começar na frase conformista e conformada da campanha do PS e do seu programa eleitoral: “Juntos seguimos e conseguimos”.

Sou só eu que noto? António Costa é o candidato a primeiro-ministro com menos vontade de ser primeiro-ministro que já vi concorrer a eleições em Portugal. Ele é um profissional, e está profissionalmente a beber o seu cálice até ao fim. Tendo em conta a forma como o Governo caiu, e o contexto de pandemia, Costa é candidato porque não poderia deixar de ser. Se saltasse fora nesta altura, seria pior do que Guterres e do que Durão Barroso. O país não compreenderia e o PS nunca lhe perdoaria. Só que, tendo ficado, nota-se demasiado a sua falta de entusiasmo. Não porque ele pense que vá perder as eleições. Antes porque receia vir a ganhá-las de uma forma que é, para ele, pior do que uma derrota – uma vitória por poucochinho.

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Sou só eu que noto? António Costa é o candidato a primeiro-ministro com menos vontade de ser primeiro-ministro que já vi concorrer a eleições em Portugal. Ele é um profissional, e está profissionalmente a beber o seu cálice até ao fim. Tendo em conta a forma como o Governo caiu, e o contexto de pandemia, Costa é candidato porque não poderia deixar de ser. Se saltasse fora nesta altura, seria pior do que Guterres e do que Durão Barroso. O país não compreenderia e o PS nunca lhe perdoaria. Só que, tendo ficado, nota-se demasiado a sua falta de entusiasmo. Não porque ele pense que vá perder as eleições. Antes porque receia vir a ganhá-las de uma forma que é, para ele, pior do que uma derrota – uma vitória por poucochinho.