Desvios, alterações de sentido e cortes: nos próximos três anos circula-se assim no Porto

Desde esta quarta-feira, por força das obras do metro, o caminho entre a Cordoaria e a Rua de D. Manuel II passa a ser mais longo, forçando à mudança de sentidos de trânsito nas imediações pelos próximos três anos

Foto
Nos próximos três anos não passam carros pelo Jardim do Carregal. O trânsito vai ser desviado para a Rua Miguel Bombarda que muda parcialmente de sentido Fernando Veludo/Arquivo

Quem, na terça-feira à noite, estacionou o carro na Rua de Miguel Bombarda, no Porto, para o tirar de lá no dia seguinte, se não estivesse tão atento, poderia seguir em contramão no momento do arranque. Mas dificilmente isso aconteceria – nessa altura já lá estava a Polícia Municipal do Porto (PMP) preparada para informar os automobilistas de que, desde esta quarta-feira, os sentidos desta e de outras ruas das imediações mudaram de sentido para assim ficarem, pelo menos, nos próximos três anos. Tudo isto porque as obras do metro para a construção da futura Linha Rosa, que ligará a Estação de São Bento à Casa da Música, já estão em curso.

A empreitada também já decorre noutros pontos da cidade e, por isso, já são várias as artérias da cidade fechadas ao trânsito ou com alterações de sentidos de circulação. Esta semana, a obra no Jardim do Carregal, onde vai nascer uma estação para servir o Hospital de Santo António, obrigou ao traçar de um novo plano de recurso, que deu origem a alterações significativas do tráfego no quarteirão da Rua de Miguel Bombarda, por força do encerramento parcial da Rua de Clemente Menéres. A adaptação aos cortes e aos novos sentidos será feita durante os próximos dias. Por agora, diz a PMP, ainda que o corte tenha sido feito num ponto de elevado tráfego automóvel – na ligação entre a Cordoaria e a Rua de D. Manuel II, onde estão os jardins do Palácio de Cristal –, esta alteração não se traduz num agravamento do congestionamento viário.

Esta operação começou ainda algumas semanas antes, com a instalação de nova sinalização vertical, que só foi destapada nesta quarta-feira. Na noite anterior, ainda o trânsito circulava nos sentidos em que sempre circulou durante os últimos anos, marcavam-se ainda algumas linhas no alcatrão, para não haver dúvidas sobre qual o traçado a seguir pelos automobilistas. A acompanhar a operação estava a PMP, que lá se manteve no dia seguinte, para garantir que a mudança decorresse sem percalços.

Neste lanço da empreitada, as condicionantes criadas forçaram a alteração do sentido de trânsito em cinco ruas: do Professor Jaime Rios de Sousa, do Rosário, de Miguel Bombarda, de Diogo Brandão e na Travessa do Carregal. Não se podendo agora seguir da Cordoaria para D. Manuel II directamente pela Rua de Clemente Menéres, foi necessário encontrar outra solução. Agora, para se chegar aos jardins do Palácio de Cristal, perto do Jardim do Carregal, o desvio é feito pela Travessa do Carregal, seguindo pela Rua de Diogo Brandão, para se descer Miguel Bombarda até à Rua do Rosário. Virando nesta última rua à direita, segue-se pela Rua do Breiner e vira-se para Adolfo Casais Monteiro.

Outra alteração passa pela instalação de um semáforo na Rua de Miguel Bombarda, no final da metade que mudou de sentido, no cruzamento com a Rua do Rosário, que, à esquerda, passa a ter dois sentidos, de forma a ser possível chegar à do Professor Jaime Rios de Sousa, que, com a alteração, serve de via para chegar ao final do Jardim do Carregal.

Durante o primeiro dia desta mudança, ainda eram muitos os carros estacionados em sentido contrário. Na rua, a PMP ia dando indicações a automobilistas menos familiarizados com os desvios. Porém, em caso de dúvida, havendo acesso a um GPS, já lá está o novo traçado disponível.

Ao PÚBLICO, o comandante da PMP, António Leitão da Silva, constatando o impacto significativo na circulação automóvel que a obra do metro acarreta, afirma não terem existido ocorrências dignas de nota no que diz respeito ao aumento do tráfego automóvel: “Durante a manhã decorreu tudo dentro da normalidade.”

O comandante da força policial que tem entre “15 e 20 agentes” a acompanhar “diariamente” estas alterações diz que o corte do Carregal é um dos grandes desafios, à semalhança dos casos junto à Praça de Guilherme Gomes Fernandes, Rua de José Falcão e de Ceuta, todas agora com dois sentidos, ou à Rua do Almada, com circulação em sentido contrário antes da Rua de Ceuta, onde há agora um corte para a Avenida dos Aliados. Recorde-se que a Rua dos Clérigos também permanecerá cortada pelo menos durante cerca de um ano.

Garantidos estão os acessos às garagens dos prédios destas ruas, uma preocupação “prioritária” nesta operação. Outra garantia que António Leitão da Silva dá é de que, sendo necessário, haverá mais agentes na rua: “É natural que, com o avançar da obra, isso possa acontecer...”

Sugerir correcção
Comentar