Phalasolo de New Max volta ao mundo digital mesmo a abrir o ano

New Max lançou um disco gratuito na internet em 2009 e em 2022 volta a pô-lo na rede, mas nas plataformas digitais. É o regresso de um disco de culto, mesmo a abrir o ano.

Foto
Tiago Novo (New Max) DR

Em 2009, dez anos depois da formação dos Expensive Soul, um dos seus elementos, Tiago Novo, resolveu lançar como New Max (nome pelo qual é conhecido) um disco totalmente gratuito. Chamou-lhe Phalasolo e foi disponibilizado na Internet, para download livre, ao longo de um ano. Depois desapareceu e tornou-se objecto de culto. Treze anos depois, por decisão do seu autor, o disco está de volta, desta vez às plataformas digitais. E em Maio haverá dois concertos especiais comemorativos do disco, dia 7 em Lisboa, no Capitólio, e dia 13 no Porto, no Hard Club.

Tiago (New Max) escolheu o dia 1 de Janeiro de 2022 e justifica assim esta reedição do disco que em 2009 quis oferecer, num texto que a acompanha: “Há já muito tempo que sentia a necessidade de reactivar o Phalasolo. Ao longo destes últimos treze anos tive sempre um óptimo feedback por parte das pessoas, que inclusive me pediam para pôr o disco nas plataformas digitais e que adoravam poder vê-lo ao vivo. Talvez por ter sido um álbum com uma vida tão curta, de apenas um ano online, e por nunca ter existido uma edição física, acabou por se tornar numa espécie de álbum de culto. Estes dois últimos anos de pausa consequente da pandemia, fizeram com que eu tivesse tempo para pensar numa nova vida, quer do álbum, quer dos concertos ao vivo. Trazer de novo o Phalasolo para a luz do dia e voltar a pisar o palco com músicos incríveis é como um sonho acordado.”

Natural de Leça da Palmeira, onde em 1999 formou os Expensive Soul com António Conde (Demo), Tiago Novo (New Max) frequentou o conservatório de música do Porto e é um dos impulsionadores da música soul e R&B em Portugal. Músico e compositor, é também produtor, tendo produzido Marta Ren & the Groovelvets, GNR, Salto, NBC, Filipe Gonçalves, Bezegol, Bob Da Rage Sense e DJ Link.

Foto
Capa do disco Phalasolo

Na gravação de Phalasolo, New Max (compositor, letrista, vocalista, guitarrista e baterista) teve consigo em estúdio um bom lote de músicos seus convidados: Pacman e Virgul (ambos dos Da Weasel), Marta Ren (ex-Sloppy Joe e actual The Bombazines), Demo (a outra metade dos Expensive Soul), Sam The Kid e Regula. A banda era formada por Hugo Novo (Hammond, Fender Rhodes e sintetizadores), Sérgio Marques (baixo), Bruno Macedo (guitarra), Manu Idhra (percussões) e a secção de sopros HornFlakes.

Quando Phalasolo saiu, João Bonifácio apresentou-o no PÚBLICO (em 5 de Janeiro de 2009) como “uma pequena surpresa”: “Guitarras picadas, baixos oleados, falsetes à Prince, cordas de luxo, órgãos vintage (Hammonds e Moogs originais) captados com um som claro e brilhante, postos a rolar em ritmos ora dolentes, ora oscilantes, coros com quentura, é esta a receita de um disco que não se preocupa em ser imediato e se dá ao luxo de enfiar duas canções numa só, como em América eléctrica em que a meio surge um fado. Mas o melhor do disco é pura soul vintage: a abertura com Fumo, Histórias, Sem censura (que começa funky e a meio vira rapalhada com a participação de Pacman), Pagas um mundo (com metais de puro funk à James Brown), Deixa cair (soul vintage sofisticada) e em particular Quero mais têm as guitarras a gingar de pecado, coros, metais, falsetes, cordas a exsudar luxúria, xilofones, tudo no exacto sítio.” E a terminar: “Um belo disco”.

Sugerir correcção
Comentar