Tufão Rai mata mais de 100 pessoas ao passar pelas Filipinas

O número de vítimas pode aumentar à medida que as equipas de resgate chegam às áreas devastadas. Fotos aéreas tornadas do exército mostram danos consideráveis. Cerca de 300 mil pessoas tiveram que fugir das suas casas.

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A prioridade agora é levar ajuda às pessoas afectadas Reuters

Pelo menos 108 pessoas morreram nas Filipinas à passagem do tufão Rai, o mais forte a atingir o país este ano, de acordo com contagens oficiais divulgadas este domingo. As autoridades tentam agora levar comida e água às ilhas devastadas.

Com receios de que inundações e deslizamentos de terra tenham feito ainda mais vítimas, a AFP cita dados oficiais de várias regiões para dar conta das 108 mortes; a Associated Press já fala em “112 ou mais”. O número de vítimas pode aumentar à medida que as equipas de resgate chegam às áreas devastadas pelo tufão: os membros destas equipas descrevem cenas de “total carnificina”.

O tufão, acompanhado por ventos que atingiram 195 quilómetros por hora, varreu o Centro e o Sul das Filipinas na quinta e sexta-feira, explodindo telhados, rasgando postes e cortando as comunicações, antes de partir para o mar no sábado.

Fotos aéreas tornadas públicas pelo exército mostram danos consideráveis nas regiões afectadas. Cerca de 300 mil pessoas tiveram que fugir das suas casas.

Milhares de militares, polícias, elementos da guarda costeira e bombeiros foram destacados para as áreas mais afectadas para auxiliar nas operações de busca e resgate.

“Será um longo e difícil caminho para as pessoas reconstruírem e assumirem o controlo das suas vidas”, disse Alberto Bocanegra, chefe da Federação Internacional da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho nas Filipinas.

Milhares de litros de água foram entregues depois de os cortes de energia em toda a ilha terem interrompido os postos de abastecimento de água.

As ilhas de Siargao, Dinagat e Mindanao também sofreram uma destruição significativa.

As imagens aéreas mostram graves danos na cidade de General Luna, na ilha de Siargao, onde surfistas e turistas estavam reunidos para a temporada de férias, com telhados arrancados e escombros espalhados pelo chão.

Na ilha de Dinagat, os danos são “equivalentes, senão piores” aos causados pelo super tufão Haiyan de 2013, segundo a governadora da província, Arlene Bag-ao.

Haiyan, chamado Yolanda nas Filipinas, foi o ciclone mais mortal do país, matando 7300 pessoas.

Rai cruzou as ilhas a 150 quilómetros hora, trazendo chuvas torrenciais, arrancando árvores e destruindo estruturas de madeira. Alcançou o mar da China Meridional no sábado e seguiu em direcção ao Vietname.

Trata-se de um tufão particularmente tardio na temporada. A maioria dos ciclones tropicais no Oceano Pacífico forma-se entre Julho e Outubro.

Os cientistas há muito alertam que os tufões estão a ficar cada vez mais fortes à medida que o aquecimento global causado pelo homem acelera.

As Filipinas, classificadas entre os países mais expostos às mudanças climáticas, são varridas por quase 20 tempestades tropicais ou tufões a cada ano que normalmente destroem plantações, casas e infra-estrutura em regiões já pobres.

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