Actividade do Cumbre Vieja cai de forma acentuada, mas é cedo para dar a erupção como terminada

O vulcão da ilha de La Palma passou mais de 24 horas sem dar qualquer sinal de actividade geológica. Os especialistas notam a entrada numa nova fase, mas querem esperar até declarar a sua inactividade.

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A erupção do Cumbre Vieja dura há quase três meses BORJA SUAREZ / Reuters

Pela primeira vez em quase três meses o vulcão Cumbre Vieja, na ilha de La Palma, passou mais de 24 horas sem registar qualquer actividade geológica. Os sinais de acalmia parecem indiciar o princípio do fim da erupção, mas os especialistas preferem ser cautelosos.

Desde segunda-feira à noite que não há qualquer explosão, emissão de lava ou de gases, ou qualquer tremor. Desde que o vulcão entrou em erupção, a 19 de Setembro, que nunca se tinha registado um período tão longo sem qualquer sinal de actividade geológica na ilha.

Porém, os especialistas do Instituto Vulcanológico das Canárias (Involcan) advertem que este período de actividade reduzida não significa necessariamente o fim da erupção, lembrando que as explosões e as emissões de lava e gases podem regressar.

“Isto não significa que a erupção terminou, porque no passado isto foi seguido de um novo pico de actividade”, diz a Involcan. As autoridades de protecção civil, citadas pelo El País, querem aguardar mais alguns dias para ter a certeza que o vulcão voltou realmente a ficar inactivo.

Apesar das cautelas em declarar a erupção terminada, os indícios parecem apontar para a entrada numa nova fase, menos violenta. “O magma precisa de energia para chegar à superfície e parece que já não a tem neste momento”, explicou à Reuters o vulcanólogo Stavros Meletlidis. Ainda assim, “é muito cedo” para falar de uma fase terminal da erupção.

Nunca, desde que há registos, o arquipélago das Ilhas Canárias tinha tido uma erupção tão prolongada como a do Cumbre Vieja. Cerca de sete mil pessoas tiveram de ser retiradas de suas casas nos últimos três meses, enquanto parte da população teve de estar confinada para evitar respirar os gases tóxicos emitidos.

Quase três mil edifícios foram destruídos pela lava, tal como grande parte das plantações de banana, uma das principais actividades económicas da ilha.

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