Morreu Verónica Forqué, a Kika de Pedro Almodóvar

A actriz vencedora de quatro Goya, que também tinha feito Que fiz eu para merecer isto? e Matador com o realizador, foi encontrada morta na sua casa, em Madrid. Tinha 66 anos.

Foto
Verónica Forqué em Kika, de 1993 DR

Verónica Forqué, a Kika do filme homónimo de Pedro Almodóvar, um papel que lhe valeu o quarto prémio Goya, foi encontrada morta em casa em Madrid esta segunda-feira. Tinha 66 anos e era uma das mais populares actrizes espanholas, com uma carreira feita entre o cinema, o teatro e a televisão, onde tinha sido recentemente concorrente da edição local de MasterChef Celebrity, da qual saiu a meio alegando cansaço. Segundo o El País, que cita fontes policiais, as autoridades foram chamadas à residência de Forqué por causa de uma tentativa de suicídio. Não há mais informações sobre a causa da morte.

Forqué era filha de José María Forqué, importante realizador espanhol, e irmã de Álvaro Forqué, assistente de realização e ocasional realizador. Estreou-se no cinema no início dos anos 1970, em Mi querida señorita, de Jaime de Armiñán. Ao longo da sua carreira, trabalhou também com o próprio pai e com Carlos Saura, além de nomes como Manuel Gutiérrez Aragón, Antonio Mercero, Fernando Trueba, Rafael Gordon, Mario Camus, Fernando Colomo, Luis García Berlanga ou Manuel Gómez Pereira. Filmou também com Manuel Iborra, com quem foi casada entre 1981 e 2014, e com quem tem uma filha, a artista María Clara Iborra Forqué.

Foi ao fazer de uma prostituta que é vizinha da família protagonista de Que fiz eu para merecer isto?, de Pedro Almodóvar, em 1984, que se tornou realmente acarinhada pelo grande público. Participou também noutros filmes do realizador: Matador, de 1986, e Kika, de 1993, onde era a protagonista, uma maquilhadora que é contratada por um escritor americano para maquilhar o cadáver do seu filho, que afinal não está morto e a pede em casamento. Ao El País, a produtora dos irmãos Almodóvar, El Deseo, enviou um comunicado sobre a actriz: “O vazio que deixa nas nossas vidas e no nosso cinema é irrecuperável. Foi-se uma actriz extraordinária e uma pessoa insubstituível com quem tivemos a honra de trabalhar e partilhar a vida. Boa viagem, Verónica”.

Sugerir correcção
Comentar