Sporting não desafinou sem Paulinho e derrotou o Boavista

Sem o avançado, o Sporting teve em Pablo Sarabia o atacante que encaminhou os “leões” para um triunfo tranquilo. A equipa de Rúben Amorim vai dormir na liderança da I Liga.

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O Sporting ainda não tinha jogado para o campeonato sem Paulinho, mas o duelo com o Boavista, neste sábado, mostrou que não existe dependência do avançado português. As “notas” tocadas foram parecidas, a “música” final também e a “banda” não desafinou sem o avançado castigado e infectado com covid-19. Os “leões” venceram o Boavista por 2-0, na jornada 14, resultado que lhes permite subirem à liderança da I Liga, pelo menos até ver o que faz o FC Porto neste domingo. O Boavista mantém o 12.º lugar, dois pontos acima da zona de descida de divisão.

Pedro Gonçalves e Pablo Sarabia foram, à vez, fazendo de Paulinho. O português teve movimentações semelhantes ao avançado ausente e o espanhol, à falta de Paulinho, assumiu o papel de goleador (ainda que o avançado até nem esteja a ser dominador nesse pelouro).

Em Alvalade, houve duelo de sistemas simétricos. Ambas as equipas jogavam em 3x4x3, mas o Boavista numa variante já mais próxima do 5x4x1, pela posição muito recuada dos alas. E houve um detalhe táctico interessante neste aspecto.

Com os alas muito atrás, os alas do Sporting – Porro e Nazinho – tiveram bastante espaço para jogar, dado que os avançados interiores do Boavista estavam sempre a ter dupla função: condicionarem a saída a três do Sporting, mas também vigiarem Porro e Nazinho. Sempre que Inácio e Matheus Reis atraíam Gorré e Suaer, Porro e Nazinho eram soluções fáceis para o Sporting.

Na frente, Pedro Gonçalves e Sarabia foram dividindo o papel de Paulinho, embora tenha sido o português quem mais passou pela posição. E a ausência de Paulinho não se notou de forma clara. Sarabia pediu quase sempre em profundidade, mas “Pote” pareceu encarnar bem a pele de Paulinho, alterando movimentos de ataque ao espaço com aproximações entre linhas em apoio frontal.

Com mais jogo exterior do que é habitual – a questão Porro/Nazinho pode ter tido peso –, o Sporting teve várias oportunidades para se adiantar. Coates cabeceou aos 7’ (defesa de Alireza), Porro rematou aos 10’ e assistiu aos 21’ (remate de Nuno Santos e nova defesa de Alireza) e Pote rematou cruzado aos 26’ e para defesa de Alireza aos 29’. O guardião já tinha salvado também um remate de Nazinho dois minutos antes.

Nos últimos 15 minutos da primeira parte o jogo “morreu” um pouco. O Sporting deixou de conseguir explorar os alas, havendo muita inércia e pouca dinâmica.

Até que aos 43’ aconteceu o que deve acontecer quando a defesa adversária já acertou as marcações: baralhá-las. Matheus Reis apareceu na frente e Matheus Nunes também saiu da posição (esteve quase sempre muito preso). Ambos combinaram na esquerda e o cruzamento do médio teve finalização vencedora de Porro. O golo foi anulado por fora-de-jogo, mas o Sporting percebeu que precisava de “novidades” – neste caso, jogadores a aparecerem em zonas diferentes.

É certo que o Boavista teve uma boa oportunidade de golo aos 8’ – talvez a melhor da primeira parte –, quando Adán impediu o isolado Gorré de marcar, mas foi, em geral, um jogo dominado pelos “leões”.

Ao intervalo, o Sporting recebeu a melhor notícia possível: Alireza, que foi um “monstro” na primeira parte, não regressou para a segunda. A outra boa notícia – não necessariamente relacionada – chegou logo aos 52’. Nuno Santos foi lançado em profundidade e, com Sarabia a pedir a bola ao segundo poste, surpreendeu a defesa do Boavista ao não fazer o passe pela frente da linha defensiva. Fez uma solicitação para trás, enganou o defensor e Sarabia, depois de ajustar a sua posição, finalizou bem – não havia Alireza, mas Bracali não poderia fazer muito mais do que fez.

“Aberta a porta”, o Boavista teve de tomar decisões. Manter o bloco baixo? Ser mais ousado a procura do empate? A opção foi a segunda e o Sporting teve mais espaço para jogar em transições. Aos 61’, Sarabia foi lançado no corredor, devolveu a Nuno Santos a gentileza tida minutos antes e assistiu o português para o 2-0.

Tal como no final da primeira parte, o jogo entrou, depois, numa fase “morna”. O Sporting parecia confortável com o 2-0 e o Boavista incapaz de o reverter.

E o marasmo parece ter afectado Pedro Gonçalves, que negou de forma bizarra o 3-0 ao Sporting e uma assistência a Sarabia. O espanhol colocou o português na cara do golo, sem guarda-redes, mas Pote atirou ao lado. Restou-lhe fechar os olhos, sorrir e ouvir o apoio da plateia “leonina”, pouco importada com um falhanço raro num finalizador de excelência.

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