Pela primeira vez, uma mulher vai liderar um partido político no Irão

A União do Povo Islâmico, um partido reformista, escolheu Azar Mansouri, antiga assessora do ex-Presidente Mohamed Khatami, como secretária-geral.

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Mansouri, de 57 anos, é um nome relevante da ala reformista iraniana Fars Media Corporation

Azar Mansouri tornou-se na primeira mulher a liderar um partido político no Irão, depois de ser nomeada secretária-geral da União do Povo Islâmico, uma formação de tendência reformista que participou nas eleições de 2016 ao lado do ex-Presidente Mohamed Khatami.

Mansouri, de 57 anos, é um nome relevante da ala reformista iraniana e chegou a integrar a equipa de assessores de Khatami, em 1997, com quem trabalhou oito anos. Nas eleições internas do partido impôs-se a vários adversários masculinos, diz a Europa Press.

A política chegou a ser presa e condenada a três anos de prisão por ter participado nas manifestações de 2009 motivadas pelas suspeitas de manipulação eleitoral que conduziu ao segundo mandato de Mahmou Ahmadinejad.

Desde então, Mansouri tem sido vista como uma voz incómoda pelo regime iraniano, apesar da escassa presença da União do Povo Islâmico no Parlamento, de maioria conservadora. As eleições presidenciais de Junho, que deram a vitória ao conservador Ebrahim Raisi, acabaram por ser um novo exemplo de disputa entre as alas conservadora e moderada.

A ascensão de Mansouri à liderança da União do Povo Islâmico representa um marco assinalável na presença das mulheres na política iraniana. A posição das mulheres na sociedade é muito frágil – estão sujeitas a autorização do marido para poderem sair do país, por exemplo, e têm menos direitos sucessórios – e a sua expressão política reflecte essa realidade.

O antecessor de Raisi, Hassan Rohani, considerado um moderado, foi criticado por activistas pela igualdade de género por pouco ter feito para fazer avançar reformas que ampliem os direitos das mulheres. Rohani não cumpriu a promessa de criar um ministério das Mulheres e de aumentar a presença de mulheres no seu Governo (apenas duas, e nenhuma como ministra).

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