Austrália envia forças de segurança para as Ilhas Salomão para ajudar a conter protestos

Desde quarta-feira que manifestantes saíram às ruas da capital das Ilhas Salomão. Na quarta-feira tentaram entrar no Parlamento e nesta quinta-feira incendiaram vários edifícios.

Foto
Manifestantes reuniram-se do lado de fora do Parlamento das Ilhas Salomão, em Honiara, na quarta-feira, numa tentativa de derrubar o primeiro-ministro Georgina Kekea/Reuters

A Austrália vai enviar mais de 100 polícias e forças de segurança para as Ilhas Salomão para garantir a estabilidade e segurança do país e ajudar a conter os protestos de manifestantes que invadiram pelo segundo dia consecutivo as ruas da capital, Honiara.

No primeiro dia de protestos, na quarta-feira, os manifestantes tentaram entrar no Parlamento numa tentativa de derrubar o primeiro-ministro. Nesta quinta-feira, multidões ignoraram o confinamento imposto na sequência das manifestações e incendiaram edifícios governamentais, uma esquadra de polícia e várias lojas na zona da Chinatown, segundo os relatos.

Scott Morrison, primeiro-ministro australiano, afirmou ter recebido um pedido do homólogo das Ilhas Salomão, Manasseh Sogavare, para prestar assistência ao nível da segurança, ao abrigo de um acordo de defesa assinado entre os dois países em 2017. O acordo prevê que forças de segurança australianas possam ser mobilizadas rapidamente para as Ilhas Salomão em caso de emergência.

“O nosso objectivo aqui é garantir a estabilidade e segurança de forma a que os processos constitucionais normais das Ilhas Salomão permitam lidar com vários assuntos que foram surgindo e que possam decorrer num ambiente pacífico, estável e seguro”, disse Morrison.

“A intenção do Governo australiano não é de forma alguma intervir nos assuntos internos das Ilhas Salomão: isso compete ao seu Governo resolver. Deixei isso muito claro”, continuou o primeiro-ministro australiano.

Sogavare, pelo seu turno, garantiu que o seu executivo ainda está no poder: “Estou hoje diante de vós para vos informar que o nosso país está seguro, o nosso Governo está em funções e continua a liderar a nossa nação.”

De acordo com os relatos, a maioria dos manifestantes que saíram às ruas de Honiara (na ilha de Guadalcanal) são da ilha vizinha de Malaita. Os habitantes da ilha protestam contra a negligência do Governo central, nomeadamente devido às promessas por cumprir sobre a construção de infra-estruturas.

Os habitantes também se opuseram à decisão do Governo, em 2019, de substituir a sua aliança diplomática com Taiwan por outra com a China. De resto, várias lojas chinesas foram atingidas pela violência de quinta-feira. A embaixada chinesa no país, por sua vez, manifestou as suas “preocupações” ao Governo da nação do Pacífico.

Sugerir correcção
Comentar