Não vacinados estão a impulsionar pandemia e a aumentar “hesitação vacinal”, diz comissária europeia

Comissária Stella Kyriakides disse que “toda a União Europeia” é confrontada com “um número preocupantemente crescente de casos” e sublinhou que “gostaria de começar por enviar uma mensagem muito clara sobre o papel das vacinas, porque as provas são claras”.

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Hospital de Vila Franca de Xira Daniel Rocha

A pandemia da covid-19 está actualmente a ser impulsionada sobretudo pelos não vacinados e o número crescente de casos está, por sua vez, a aumentar a “hesitação vacinal”, advertiu esta segunda-feira a comissária europeia da Saúde no Parlamento Europeu.

Intervindo num debate no hemiciclo de Estrasburgo sobre a covid-19, a comissária Stella Kyriakides começou por assumir que “toda a União Europeia” é confrontada com “um número preocupantemente crescente de casos” e sublinhou que “gostaria de começar por enviar uma mensagem muito clara sobre o papel das vacinas, porque as provas são claras”.

“A vacinação funciona e continua a ser a ferramenta mais eficaz de que dispomos para manter as pessoas seguras. Não há dúvidas de que as nossas vacinas são eficazes contra formas graves da doença […] e mesmo com a variante dominante Delta, com a maior transmissibilidade e gravidade, as mortes continuam a ser evitadas graças às vacinas eficazes autorizadas para utilização na UE”, argumentou, reforçando que tal é apoiado “por todas as provas científicas”.

A comissária europeia da Saúde observou então que, actualmente, “a pandemia é impulsionada principalmente pelos não vacinados, e os números crescentes estão infelizmente a alimentar a hesitação vacinal”, e defendeu que é preciso “tomar uma posição firme”, combatendo a desinformando (ou fake news) e aumentando a consciencialização de que “a vacinação continua a ser uma arma fundamental” no “arsenal” contra a pandemia.

A comissária admitiu que, “ao mesmo tempo, até que tenham sido atingidas taxas de vacinação suficientemente elevadas e a situação esteja sob controlo, têm de permanecer em vigor intervenções não-farmacêuticas relevantes onde tal se revelar necessário”, e observou que “muitos Estados-membros já começaram a reintroduzir certas medidas restritivas, confiando frequentemente no certificado digital covid-19 da UE para permitir o acesso seguro a áreas públicas”.

Fazendo a defesa do certificado da UE – que, argumentou, é “o maior sistema interoperável de certificados digitais covid-19 do mundo” –, Kyriakides enfatizou que é necessário manter a coordenação entre os 27 e “evitar a fragmentação” face à nova vaga, e adiantou que a Comissão Europeia está a finalizar uma actualização das recomendações relacionadas com a livre circulação dentro da UE.

“A proposta, a ser adoptada esta semana, irá promover e reconhecer o importante papel do certificado digital covid-19 da UE que os viajantes transportam actualmente. Actualizaremos também a recomendação sobre viagens para a UE a partir de todo o mundo”, revelou.

A comissária concluiu a intervenção reclamando mais poderes ao nível europeu na área da Saúde, comentando que Bruxelas não pode impor coordenação num domínio em que as competências são maioritariamente dos Estados-membros. “Na área da Saúde, não são precisos dois para dançar o tango, são precisos 27”, disse.

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