Investigar e punir a corrupção não é uma prioridade

A dissolução da AR, decretada pelo Presidente da República antes da votação do Orçamento é uma notável jogada de antecipação a todos os níveis, e um deles é o do pacote anticorrupção cuja discussão estava prevista para Janeiro.

A corrupção e a criminalidade económica são das realidades contemporâneas mais perversas e mais difíceis de controlar, falseando toda a nossa vida em sociedade e cavando ainda mais fundo as enormes diferenças económicas entre os que tudo têm e os que pouco ou nada têm. A sofisticação jurídica e contabilística das operações que configuram estes crimes exige grandes gastos com empresas de consultadoria e escritórios de advogados, mas, para grande parte do seus agentes, esse investimento não é um problema: o imenso poder económico que vão acumulando permite-lhes ter ao seu serviço não só os “construtores” das engenharias legais e contabilísticas, como, em caso de serem “incomodados” pelas autoridades, podem dar-se ao luxo de escolherem no mercado as equipas de advogados e fiscalistas que bem entendem.

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