Abusos sexuais: quando a Igreja é o inferno

As histórias de abusos obrigaram-me a concluir que a Igreja não era afinal promotora de Bem, com as falhas normais e esperáveis em todas as organizações humanas, mas promotora de Mal.

Foi há uns anos, na antestreia do filme Spotlight (à volta do grupo de jornalistas do Boston Globe que revelou as histórias de abusos sexuais de menores pelos padres da diocese), que pela primeira vez fiquei congelada com a proteção que a hierarquia da Igreja Católica deu aos padres pedófilos. Claro que já sabia, bem como o resto do mundo, dos abusos sexuais que os padres católicos perpetraram durante décadas sobre as crianças que tinham à sua guarda em colégios e paróquias. De resto, foi um processo difícil para mim pessoalmente - sou católica, venho de um colégio de doroteias e outro de jesuítas (onde fui muito feliz, diga-se), e as histórias que ia sabendo eram um murro no estômago. Depois de muito tempo tentando a hercúlea tarefa de conciliar as posições da Igreja com, enfim, o mundo moderno e os valores (para mim) certos, as histórias de abusos obrigaram-me a concluir que a Igreja não era afinal promotora de Bem, com as falhas normais e esperáveis em todas as organizações humanas, mas promotora de Mal.

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