Vingança “à espanhola” vale final da Liga das Nações

Em Milão, a “roja” serviu uma “vingança à espanhola”, dando à Itália o melhor que há no jogo espanhol para vingar a derrota no duelo entre ambas no Europeu 2020.

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Reuters/MARCO BERTORELLO
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EPA/Marco Betorello / POOL
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Nesta terça-feira, a Gazzetta dello Sport escrevia “ma stavolta la palla la prendiamo noi [desta vez, ficamos nós com a bola]”, referindo-se à intenção italiana de querer dominar a Espanha na Liga das Nações. Foi audaz, mas em vão. A Espanha venceu por 2-1, em Milão, “comprando” o primeiro bilhete para a final da Liga das Nações. Fica, agora, à espera do Bélgica-França para conhecer o adversário na final.

Para quem gosta de recordes e estatísticas, este jogo tem importância pelo fim da tremenda série de 37 jogos sem perder dos italianos. Luís Enrique tinha dito que esta derrota “algum dia iria acontecer” e a profecia chegou poucas horas depois.

Em Milão, a “la roja” serviu uma “vingança à espanhola”, dando à Itália o melhor que há no jogo Espanhol para vingar a derrota no duelo entre ambas no Europeu 2020. Sendo certo que esta é uma nova Itália – fã de posse, controlo do jogo e monopolização da bola –, esse desejo, frente à Espanha, é uma utopia para grande parte das equipas do mundo (quiçá todas elas).

Tal como no jogo do Euro, a Itália foi obrigada pela Espanha a abdicar do seu “novo futebol”. Desta vez, porém, os italianos mudaram a estratégia de pressão e, em vez de um bloco equilibrado e “esticado”, como em Wembley, optaram por uma pressão localizada. Muitas vezes com referências individuais aos médios espanhóis, a ideia era focada no corredor central, ficando os laterais da Espanha sem pressão próxima.

E ainda que a Itália tenha evitado que Busquets, Koke e Gavi jogassem tanto, acabou por ter de dar espaço nas alas e a Espanha explorou-o a preceito – saíram dois golos iguais. Aos 13’, Marcos Alonso foi “dado de barato” e soltou o sportinguista Sarabia, que ofereceu o golo a Oyarzabal. Não houve festejo, mas o aviso estava feito.

Cinco minutos depois, a mesma receita: Alonso, livre de marcação na esquerda, soltou Oyarzabal, que cruzou para a finalização de Ferran Torres no centro da área. Aos 45+1’… outra vez igual. Alonso com espaço, fruto da pressão muito central da Itália, e mais um cruzamento de Oyarzabal deu mais um golo de Ferran (desta vez, de cabeça).

A Itália pressionou sempre da mesma forma, esperando resultados diferentes – e isso, regra geral, não é boa ideia, sobretudo quando do lado oposto os espanhóis tentavam baralhar as antiquadas referências individuais de pressão com muita mobilidade e trocas posicionais entre os três avançados (Sarabia, Oyarzabal e Ferran).

A equipa de Mancini teve duas oportunidades de golo em transições – houve até uma bola ao poste –, mas a Espanha, que controlou a primeira parte, mostrou uma noção perfeita de que era nos corredores que estava o “ouro”, desde que a pressão italiana fosse atraída ao centro.

Para complicar tudo isto, Bonnuci foi expulso perto do intervalo, por acumulação de amarelos, e a segunda parte foi ainda mais espanhola.

Percebendo que teria de controlar os corredores, Mancini apostou num sistema de três centrais para a segunda parte, alargando a equipa sem bola. Ficou, porém, bastante mais longe da baliza, até porque a “seta” Chiesa passou a ser o ala-direito.

E a equipa de Luís Enrique pouco mais precisou de fazer do que aquilo que já tinha feito em quase toda a primeira parte: colocar a Itália a “jogar à rabia”. Eis que, aos 83’, um canto a favor da Espanha deu contra-ataque a favor da Itália. Descompensada, equipa espanhola levou com Chiesa e Pellegrini perante de Unai Simón e a Itália fez o 2-1. A seguir voltou a “rabia” e nada mais de passou.

Nota final para um detalhe simbólico, mas que mostrou, desde o primeiro minuto, que esta noite não havia uma Itália pujante e unida. De regresso ao estádio do AC Milan, clube do qual saiu a custo zero, Gianluigi Donnarumma não conseguiu tocar na bola sem ser assobiado pelos adeptos… do próprio país.

Um cenário incomum e que terá mesmo dado algum desconforto ao ainda jovem guardião, que ia sofrendo, ainda na primeira parte, aquele que teria sido, provavelmente, o maior “frango” da carreira. Foi salvo pelo poste, depois das “mãos de manteiga” a um remate de Alonso.

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