Aeroporto de Cabul reabre para ajuda humanitária e voos internos

Outro tipo de voos têm mais exigências de segurança e não é claro quando voltarão a voar com destino à capital afegã.

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Aeroporto de Cabul antes da retirada dos EUA AKHTER GULFAM/EPA

Pelo menos três voos com ajuda humanitária aterraram este sábado no aeroporto de Cabul, assim como alguns voos domésticos, no que foi considerada a reabertura do aeroporto após a saída dos últimos americanos do país, na segunda-feira – que deixou o aeroporto sem controlo de tráfego aéreo.

Mas tanto os taliban como peritos de aviação dizem que isto não equivale a uma reabertura. Os taliban acusam os Estados Unidos de, na saída, terem destruído parte do aeroporto. “Incendiaram todas as partes do aeroporto, por isso precisamos de tempo para o reparar”, disse um responsável taliban à estação de televisão Al-Jazeera. “Mas acreditamos que dentro de dias vai ficar operacional”, concluiu.

Especialistas em aviação ouvidos pela Al-Jazeera dizem que o maior problema é a segurança no país, com a rivalidade entre os taliban e o Daesh-Khorasan a trazer ainda mais incerteza – o Daesh-K., como é abreviado o nome do grupo, foi o responsável pelo atentado no aeroporto que dias antes da retirada dos EUA deixou mais de 170 mortos.

Alex Macheras, especialista em aviação, disse que as companhias de seguros que seguram os aviões são independentes das companhias aéreas, e vão impedi-las de voar para Cabul por medo que os aviões possam sofrer estragos.

Já na sexta-feira tinha havido um voo com ajuda humanitária do Qatar para Cabul, e voos do Paquistão para aeroportos mais pequenos de Mazar-i-Sharif e Kandahar tinham também levado ajuda.

A situação humanitária no país é muito problemática, com uma em cada três pessoas a não saber como conseguirá obter a sua próxima refeição, apontou recentemente o secretário-geral da ONU, António Guterres.

Guterres anunciou uma conferência internacional para ajuda ao Afeganistão a realizar-se no dia 13 de Setembro em Genebra. “Precisamos da comunidade internacional unida em apoio ao povo afegão”, disse Guterres, num post anunciando a conferência no Twitter. “Também pedimos acesso total para que os afegãos possam receber a ajuda de que precisam.”

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