Morreu Raoul Cauvin, que deu à banda desenhada Os Túnicas Azuis

Argumentista tinha 92 anos e anunciara há meses que sofria de “um cancro incurável”. Era um profissional do gag na tradição da BD humorística de linhagem franco-belga.

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Raoul Cauvin, à esquerda, com o desenhador Willy Lambil DR

O belga Raoul Cauvin, argumentista de banda desenhada cujo reconhecimento se deve em particular à criação da série Os Túnicas Azuis, morreu aos 82 anos, três meses depois de ter anunciado que sofria de um cancro incurável, anunciou esta manhã a editora Dupuis.

“É com uma grande emoção que comunicamos a morte de Raoul Cauvin, um dos maiores homens do mundo da banda desenhada”, indicou a editora.

A série Os Túnicas Azuis começou a ser publicada em 1968 em colaboração com o desenhador Louis Salvérius, que morreu em 1972, e mais tarde com o desenhador Willy Lambil. De tom humorístico, na tradição da banda desenhada franco-belga, conta as aventuras de dois soldados norte-americanos que combatem os sulistas na Guerra de Secessão norte-americana (1861-1865). A série registou mais de 15 milhões de livros vendidos só em francês, tendo sido traduzida para várias línguas, entre as quais o português, e gozado de uma invulgar longevidade.

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Os Túnicas Azuis DR

Em 2016, o PÚBLICO lançou em parceria com a editora ASA uma colecção de 15 volumes da série, nove dos quais estavam então inéditos em Portugal.

O êxito das histórias escritas por Cauvin levou-o a colaborar com vários desenhadores da editora Dupuis, entre os quais Berck (Sammy et Lou), Nic (versões de Spirou e Fantásio) e Kox (Agente 212).

Além de Os Túnicas Azuis, Cauvin criou e escreveu as aventuras Pierre Tombal, com o desenhador Hardy; Femmes en blanc, com Bercovici; e Cédric, com Laudec. 

O último álbum da série Os Túnicas Azuis foi publicado no passado mês de Maio, tendo pouco depois o escritor anunciado através de um texto publicado num blogue que “sofria de um cancro incurável”.

“Artífice de uma banda desenhada popular e de qualidade (...) Raoul Cauvin tornou-se num marco para os argumentistas (...). Trabalhou arduamente a mecânica dos “gags” e as regras da aventura de humor”, lembra a Dupuis.

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